O fim de semana que era para ser de lazer e descanso para os moradores da Rocinha e do Alemão se transformou em terror e medo. Moradores usaram as redes sociais para desabafarem sobre a insatisfação com a segurança nas comunidades:
"Aqui ta parecendo Gaza, a única diferença é que aqui não tem bombardeio ...”
“Nessa falta de respeito só quem sofre e a população de bem, trabalhadora, que vai mais não sabe se volta para trazer alimentos para sua família por causa de alguns vagabundos que não esta nem ai para a vida dos trabalhadores de bem”
“A polícia é apenas o braço armado do Estado, na comunidade. Quando o Estado abandona a população, logo abandona tbm os policiais, que quando em minoria, mal conseguem se proteger, quê dirá proteger a população. Falta tudo na Rocinha. Desde o fundamental, que é a educação. Até o essencial, no momento, que é a segurança. Mas não adianta ficar esperando passivamente , do poder público, sem se unir, sem se mover, sem se importar.. só rezando para o tiroteio logo acabar... Enfim, pra quem leu até aqui... Vamos acordar!”
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O que podemos concluir é que a pacificação das favelas não está sendo bem executada. O projeto falhou na parte social, onde o Estado e Prefeitura não fazem o seu papel dentro desses locais. Não se faz paz onde não se tem o básico para sobrevivência dos cidadãos. Os moradores estão cansados de tantas promessas não cumpridas e de tanto descaso com as comunidades. A policia não pode ser a única responsável por transformar todo um cenário de abandono. As favelas precisas de investimentos em moradias, saneamento e educação.
* Davison Coutinho, 24 anos, morador da Rocinha desde o nascimento. Membro da comissão de moradores da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, professor, escritor, designer e liderança comunitária na Comunidade.