ASSINE
search button

Juiz derruba habeas de Siro Darlan e decreta prisão de 23 ativistas

Compartilhar

O juízo da 27ª Vara Criminal da Capital recebeu denúncia do Ministério Público e decretou a prisão preventiva de 23 ativistas acusados de formação de quadrilha armada. Segundo a denúncia, os réus integram o grupo que teve prisão temporária decretada no último dia 12, durante a Operação Firewall, e que foram beneficiados por habeas corpus durante esta semana. Os mandados de prisão já foram expedidos. 

De acordo com o juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, a decisão deve-se  à periculosidade dos acusados, evidenciada por terem forte atuação na organização e prática de atos de violência nas manifestações populares, o que se pode verificar pela prova produzida em sede policial e pelos argumentos presentes na denúncia. 

“Em liberdade, certamente encontrarão os mesmos estímulos para a prática de atos da mesma natureza. Assim, como a periculosidade dos acusados põe em risco a ordem pública, deve-se proteger, por conseguinte, o meio social”, justifica o magistrado.

Mais cedo, o juiz Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal do Rio, concedeu habeas corpus aos cinco ativistas que ainda estavam presos desde o último sábado, um dia antes da final da Copa do Mundo. Elisa de Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, apontada pela polícia como a líder do grupo; Tiago Teixeira Neves da Rocha; Eduarda Oliveira Castro de Souza; Camila Aparecida Rodrigues Jourdan e Igor Pereira D'Icarahy, poderão deixar o Complexo de Bangu a qualquer momento. 

Na operação de sábado, 19 pessoas foram presas. Duas foram libertados logo após a prisão, por não fazerem parte da investigação, e os outros 12 foram beneficiados por outro habeas corpus e deixaram a cadeia nesta quinta-feira (17). 

Além dos 17 presos, nove pessoas estão foragidas. 

Soltaram ela

O juiz Siro Darlan, com sua sensibilidade social e conhecimento jurídico, libertou quem faltava ser solta, e que não deveria ter sido presa. Ela, a Sininho. Agora, a sociedade espera que o mesmo serviço de segurança que prendeu os manifestantes, alegando que iriam promover atos de vandalismo, esteja preparado para prender quem matou a sócia do Guimas, Maria Cristina Bittencourt, nesta quinta-feira, no Baixo Gávea. É o mínimo que se espera, após os abusos do poder público e da anomia em que vive o estado do Rio de Janeiro, da corrupção, dos guardanapos em Paris, etc.

>>Na véspera da final da Copa, 19 ativistas são presos 

>> Justiça Global critica prisões de ativistas anti-Copa na véspera da final

>>Advogados de direitos humanos prestam assistência a ativistas presos no Rio

A Polícia Civil informou, por meio de nota, que a Operação Firewall buscava cumprir 26 mandados de prisão de prisão temporária por cinco dias e dois de busca e apreensão expedidos pela Justiça. A ação é uma continuidade das investigações iniciadas em setembro do ano passado pela Delegacia de Repressão a Crimes contra a Informática (DRCI) e ocorreu no Rio, Búzios e Porto Alegre e no Rio Grande do Sul, onde foram apreendidos máscaras, gasolina, arma de choque, um revólver, artefato explosivo, sinalizador, droga, computadores e aparelhos celulares. Duas pessoas, ressalta, também foram presas em flagrante.

No dia das prisões, em entrevista coletiva, o Chefe de Polícia Civil, delegado  Fernando Veloso, afirmou que a quadrilha pretendia praticar atos violentos. "Provas colhidas ao longo das investigações evidenciam que esse grupo estava se mobilizando para praticar atos de violência", disse Veloso.

O Chefe de Polícia ressaltou que manifestar é algo legítimo e que a polícia não iria interferir em possíveis protestos, mas que violência é inadmissível: "Nós queremos paz e uma sociedade melhor. À Polícia Civil não interessa quem está sendo investigado. Temos que fazer nosso papel e não podemos permitir o caos".