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"Vamos propor um pacto de respeito", adianta Quaquá sobre reunião com Romário

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No dia 20 de junho o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), pré-candidato ao governo do estado do Rio de Janeiro, anunciou durante uma convenção regional do PT o apoio do partido à candidatura ao Senado do deputado Romário (PSB-RJ). Desde então, muitas perguntas e críticas têm sido dirigidas ao ex-jogador, que já fez duros ataques ao partido e à presidente Dilma Rousseff.

O presidente nacional do PT, Ilimar Franco, e a presidente Dilma Rousseff ainda não se pronunciaram sobre as declarações de Romário. Nesta quarta-feira (16), o deputado se encontrará com o presidente regional do PT, Washington Quaquá. O Jornal do Brasil conversou com Quaquá para saber a pauta da reunião, que acontecerá no gabinete de Romário, em Brasília. "Vamos tratar da relação entre ele e o PT, da campanha dele com o PT. Vamos ajustar como vamos tratar isso à medida que temos candidatos diferentes à Presidência da República. Vamos propor um pacto de respeito", explicou o presidente do partido no Rio. 

Ataques

Romário já anunciou seu apoio ao candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB). Em uma foto publicada no Instagram, Romário aparece ao lado de Campos durante o jogo entre Brasil e México, na Copa do Mundo, tão criticada pelo deputado. "É, galera! Torcemos muito, mas, infelizmente, o resultado foi ruim para nós. Assisti ao jogo com o presidente nacional do meu partido, Eduardo Campos. Aproveitamos para conversar sobre política nacional e sobre o cenário político do Rio de Janeiro. Política e futebol, duas paixões nacionais. Neste encontro, como não poderia ser diferente, o presidente ratificou minha candidatura ao senado! Durante a semana, teremos novidades no PSB-RJ", escreveu Romário.

Crítico ferrenho do PT, Romário teve que lidar com as alfinetadas que sofreu após se aliar ao partido. Em resposta, o candidato ao Senado publicou um texto no Facebook. "Galera, estou recebendo muitas críticas pela coligação que o PSB fechou no Rio de Janeiro com os partidos PT, PCdoB e PV, os quatro maiores partidos de esquerda do estado. Muitos acreditam que minha campanha para o Senado deveria ser independente, mas na política ninguém caminha sozinho. Eu faço parte de um partido e a decisão foi majoritária. Quanto a mim, o que garanto é que meu posicionamento sobre o cenário político nacional e estadual continuará o mesmo, combatendo e denunciando as irregularidades independente da coligação", escreveu na publicação. 

Em entrevista ao Extra, Romário deixou claro mais uma vez sua posição em relação ao cenário político nacional. "O governo dela [Dilma Rousseff] é o passado. O que a Dilma fez? Nada. Só criou mais ministérios, deu mais cabide de empregos, mais oportunidades para políticos enriquecerem e roubarem", declarou. Na mesma entrevista, Romário rechaçou a possibilidade de subir ao palanque com a presidente. "Jamais. De forma alguma. Se eu subir no palanque em que ela estiver, pode me tirar, pois estarei de camisa de força. Não quero nada com o PT nacional. O PT nacional tem que deixar o poder. Está na hora de sair. Não existe a mínima possibilidade de eu apoiar o PT. Tem que sair logo do governo. Se tem algum deputado do PT que não concorde comigo, é problema dele. Só lamento. Eles sabem que não tem como eu mudar. Sou assim", disse ao jornal Extra.

Em sua publicação no Facebook, Romário pediu ainda "um voto de confiança" aos eleitores. "Meu mandato como deputado federal continua e vocês terão a oportunidade de comprovar o que estou dizendo na prática. No entanto, eu entendo e respeito o posicionamento de vocês. Acreditem, se eu estivesse de fora, teria a mesma opinião. Mas peço um voto de confiança com o crédito de tudo que já fiz até aqui e que, com certeza, continuarei fazendo. Para finalizar, críticas bem fundamentadas e cordiais terão sempre o meu respeito. Diferente disso, terão resposta a altura", publicou.

No dia 17 de junho, uma pesquisa recomendada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), mostrou que Romário aparece em segundo lugar nas intenções de voto ao Senado, logo atrás de Sérgio Cabral (PMDB). O ex-jogador contabilizou 22% contra 26% do ex-governador do Rio. Romário já declarou também que não descarta a possibilidade de, futuramente, se candidatar à prefeitura. Procurada pelo Jornal do Brasil, a assessoria de Romário informou que o deputado não poderia conceder entrevista nesta quarta-feira e condicionou qualquer declaração futura à disponibilidade de agenda.