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Servidores da Uenf fazem protesto nesta quarta-feira em frente à Universidade

Sindicato da classe é surpreendido com informe da direção, que não apoia a greve

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Os servidores da Universidade Federal do Norte Fluminense (Uenf), que não ficaram satisfeitos com o acordo feito na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) no último dia 24, fizeram um protesto nesta quarta-feira (3), bloqueando a entrada da instituição. Os grevistas do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do RJ (Sintuperj) de Campos foram acompanhados por alunos, que reivindicam 6% do orçamento estadual de 2015 para financiar as universidades estaduais. Os servidores do Sintuperj de Campos ainda enfrentam um racha dentro do sindicato: a direção, do Rio de Janeiro, enviou um documento para a reitoria da Uenf, informando que não reconhece a assembleia nem a paralisação.

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No Blog do Pedlowski, do professor da Uenf Marcos Pedlowski, ele faz um post criticando a ação: “Com um sindicato como esse, quem precisa de patrão?”. Ele comenta a ação do sindicato em mandar um ofício para a reitoria da Uenf. “O problema é que além de anular, baseada supostamente no Estatuto, a direção executiva do SINTUPERJ não informa aos seus delegados sindicais da UENF esta decisão, mas à reitoria e a três secretarias de governo! Se isso não for entregar seus próprios membros ao carrasco, eu não sei o que é”, diz o post.

 O Comando de Greve do Sintuperj, que fez assembleia no dia 30 de junho e decidiu pela greve está discutindo o assunto com a sede no Rio de Janeiro. Eles  declararam que “A assembleia foi deliberada em conformidade com o estabelecido e previsto na assembleia anterior que deliberou a suspensão para negociar, com retorno de greve previsto caso não cumprissem o acordado”. O Comando de Greve prometem se posicionar de forma mais ampla depois de discussões internas. 

 O JB procurou o diretor executivo do Sintuperj, Antônio Virgínio Fernandes, que assinou o ofício. O coordenador geral do Sintuperj, Jorge Luis Mattos comentou a questão. Segundo ele, a assembleia precisava de coordenadores presentes para validá-la.  

“A delegacia de campos é a quarta instância no estatuto do sindicato. A primeira é o congresso, depois direção, assembleia  e a ultima é a delegacia”. Comenta Mattos. “Eles fizeram uma uma greve sem a coordenação. Se a greve fosse contestada na justiça, não teríamos como nos defender. A primeira coisa que o juiz pede é o estatuto do sindicato que diz que deve ter um coordenador, vendo que não haveria nenhum coordenador perderíamos a causa facilmente”, completa o coordenador.

Segundo ele, a delegacia de Campos não pode ser apoiada, depois de um acordo que foi firmado. “Não pretendemos mais apoiar a greve, porque tem muita gente lá que aceitou os 19%. Como você faz um trato com alguém e depois muda de ideia? Isso está prejudicando uma nova promessa de fazer um plano único das quatro universidades [Uenf, Uerj, Uezo e Cederj]”, comenta o coordenador e completa “É um pequeno grupo que se insurgiu”. 

Os integrantes do Sintuperj reivindicam reajuste salarial de 86,7% e melhorias de trabalho e da estrutura do prédio da instituição, além de isonomia entre os salários dos funcionários da Uenf e da Uerj e maior progressão salarial para os funcionários que não são de nível superior. 

A reitoria foi procurada, mas não respondeu até o fechamento desta matéria. A Secretaria de Planejamento e Gestão, que negocia com os servidores também não respondeu.