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"Queria ver se fosse o filho do Cabral ou do Pezão", diz tia de PM que morreu

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Revoltada com a morte de seu sobrinho, o policial militar Fabio Gomes da Silva, durante tiroteio no Complexo do Alemão, na noite de domingo, sua tia, em entrevista à GloboNews, denunciou que PMs de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) não estão preparados para enfrentar criminosos, e que os armamentos oferecidos pelo Estado não estão à altura dos usados pelos bandidos.

"A minha revolta é como pode colocar meninos que não são formados, inexperientes, para entrarem dentro de uma favela, são favela perigosas, que em determinado horário, que eu saiba, em determinado horário é apagada as luzes. Eles, os bandidos, tem armamento a laser e eles [se referindo aos policiais] tem uma arminha qualquer. Queria ver se fosse o filho de um deputado, o filho do Sérgio Cabral, o filho do Pezão, se eles colocariam ali, na UPP para enfrentar esses criminosos", desabafou a tia do policial, cujo nome não foi identificado na reportagem. 

A tia do soldado Fábio Gomes também atacou verbalmente a ação dos marginais na comunidade. "Eu digo e falo, bandido bom é bandido morto. Quanto mais se mata, eles matam o policial e pra eles não tem nada, mais quando um policial mata um bandido vem direitos humanos e corre todo mundo atrás", disse a tia. 

O policial militar Fábio Gomes da Silva, que completaria nesta quarta-feira (25) 31 anos de idade, foi enterrado na manhã desta terça-feira (24), na presença de muitos companheiros de trabalho. Dois jovens morreram e outras duas pessoas também foram baleados no confronto entre traficantes e policiais da UPP. A Polícia Civil informou nesta manhã que dois homens foram identificados como principais suspeitos de terem atirado no soldado. Igor Quirino Lopes da Silva e Thiago da Silva, ambos de 26 anos, têm antecedentes criminais por tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas. Eles tiveram a prisão preventiva decretada na semana passada em outro inquérito policial da 45a. DP (Complexo do Alemão). Os dois suspeitos estão foragidos. 

Segundo o delegado Felipe Curi, que está investigando o caso, Igor Quirino seria o responsável pelos recentes confrontos no Complexo do Alemão.