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Greve dos servidores da Cultura termina no Rio de Janeiro

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Reunidos em assembleia, na tarde desta quarta-feira, no Rio de Janeiro, os servidores da área da Cultura decidiram encerrar a greve.  A decisão segue os rumos das paralisações nos outros estados: Brasília e São Paulo já tinham anunciado o fim da greve na última terça (17) e Paraná deve anunciar ainda hoje.

>>Greve da cultura: servidores são ameaçados com corte de ponto

André Ângulo, diretor do Sintrasef, informou que houve uma reunião em Brasília na qual o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Napoleão Nunes Maia Filho teria acordado com a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) que se a greve fosse suspensa ele negociaria não cortar o ponto dos servidores. “O juiz Napoleão teve uma reunião com o comando de greve em Brasília. Ele fez esse acordo e disse que o governo teria que efetivamente sentar e negociar. Ele deu um prazo de cinco dias para haver uma negociação”, comenta André, lembrando que se não acontecer uma negociação, o juiz prometeu legalizar a greve.

Para ele, o balanço da greve é positivo: “Entre mortos e feridos, achei a postura do juiz agregadora, ele quer resolver a situação. Ele fala na negociação e diz que se o governo não sentar e negociar, ele vai legalizar a greve”, comenta. “Foi uma greve histórica, por conta de ter a maior capilaridade que já aconteceu numa greve da cultura. Um momento que permitiu nos conhecermos um pouco mais. Também foi a greve que mais foi bombardeada pelo governo do ponto de vista jurídico. É um momento delicado que queríamos aproveitar a repercussão da Copa e conseguimos manter pressão por uma semana inteira de evento, com museus fechados”, completa.

Ele ainda afirma que a ideia é deixar as eleições passarem e voltar a agir em novembro, se as negociações não forem satisfatórias. “Temos uma proposta séria de fazer uma nova greve, mas como ultimo recurso. É ruim fazer greve, a gente acaba afetando a população, mas infelizmente é o que sobra quando não há conversa. Desde fevereiro estamos tentando abrir um canal de comunicação e só em maio iniciamos as paralisações”.

Para alguns servidores, porém, a greve deveria ter continuado. Izabel Costa, pertencia ao Comando de Greve mas durante a assembleia de hoje, deixou seu posto. “Tiveram uma assembleia convocada em cima da hora, com muito menos pessoas do que o normal”, comenta Izabel que disse ter aproximadamente 50 presentes decidindo pela categoria, enquanto as assembleias costumam ter 200 pessoas. “Foi um jogo para terminar a greve nacionalmente. Foi uma pratica do governo para desestabilizar o movimento a base”, completa.