ASSINE
search button

Rodoviários do Rio param por 48 horas

Na última quinta-feira (8), paralisação provocou transtornos aos cariocas

Compartilhar

Após uma audiência que terminou sem acordo no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ), nesta segunda-feira, os rodoviários que fizeram uma paralisação de advertência na última quinta-feira (8) decidiram parar as atividades mais uma vez. Desta vez, a greve é por 48 horas e já começa à meia-noite de hoje.

Por volta das 17h, um grupo de rodoviários se reuniu na Cinelândia e seguiu para a Assembleia Legislativa e, de lá, para a Candelária.

Os rodoviários presentes na manifestação disseram que não concordam com o acordo firmado entre o Sindicato da categoria e as empresas de ônibus,  em março, que estipulava um aumento de 10% no salário retroativo a abril. O salário-base do motorista passou para cerca de R$ 1.950.

Os rodoviários também tiveram um reajuste de 40% no valor da cesta básica, que subiu para R$ 140. "Nós formamos uma comissão de seis pessoas que estão organizando a situação", informou um rodoviário que se identificou como Alexandre. Outro, identificado como Hélio, disse que "vão fazer greve e paralisar até o acordo ser aceito". Segundo os rodoviários, está acontecendo retaliação dentro das empresas, com ameaças e demissões. Segundo eles, pelo menos dois trabalhadores foram demitidos da empresa Novacap.

Participaram da audiência no TRT-RJ representantes dos grevistas, do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio (Sintraturb-Rio) e do Rio Ônibus.

Os grevistas, no entanto, querem um aumento de 40% no salário — passariam a receber quase R$ 2,5 mil, além de cesta básica de R$ 400. Outra reivindicação é o fim da dupla função, onde motoristas também trabalham como trocadores. Segundo eles, o sindicato não consultou a categoria ao aceitar o acordo com as empresas.

CCR Barcas se prepara para possível aumento de demanda

A CCR Barcas informou que está se preparando para atender a um possível aumento na demanda caso haja uma nova paralisação dos rodoviários no município do Rio de Janeiro, reforçando o efetivo operacional das estações e embarcações com possibilidade de viagens extras.

Greve da última quinta-feira teve quase 500 ônibus depredados

Pelos menos 467 ônibus foram depredados desde o início da paralisação dos rodoviários do Rio de Janeiro na quinta-feira (8), segundo a Rio Ônibus. As principais avarias são quebra de parabrisas, janelas, retrovisores e portas. A área mais afetada foi a Zona Oeste, incluindo Barra da Tijuca e Jacarepaguá.

No início da noite, a frota que circulava pela cidade era de 24% do número total dos ônibus, abaixo do registrado pela manhã. Os cariocas enfrentavam dificuldades na volta para casa. No Centro da cidade, poucos ônibus circulavam nos principais terminais rodoviários, como o Menezes Côrtes e Central do Brasil. 

Na Avenida Rio Branco, uma das principais vias do Centro, havia poucos circulares em operação. Em contrapartida, os pontos de ônibus estavam lotados. No Terminal Garagem Menezes Côrtes, os balcões das empresas, que operam na Zona Oeste, ficaram fechados.

A CCR Barcas registrou um recorde no transporte de passageiros, na linha que atende Cocotá, na Ilha do Governador. Nesta quinta-feira, até as 18h30, passaram pela linha 7.555 passageiros, 130% a mais que o mesmo período de 2013.

Já a Supervia registrou aumento de 30 mil passageiros no sistema ferroviário. O dado indica uma variação de 7,7% em relação à média registrada na última semana, na medição de embarques até 16h. A maior movimentação ocorreu no ramal Santa Cruz (variação de 11%).