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Ex-ocupantes de prédio da Oi estão há uma semana na Catedral do Rio

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Dezenas de pessoas que foram retiradas da ocupação do prédio da Oi, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, incluindo crianças, permanecem há uma semana em tendas e barracas improvisadas no terreno da Catedral do Rio de Janeiro. Segundo os próprios moradores, eles têm recebido ajuda da igreja e de cidadãos cariocas, que passam pelo local para deixar comida e outros mantimentos.

O ex-morador de Manguinhos Rodrigo Moreira, de 34 anos, que participa da ocupação do terreno da catedral, conta que eles devem permanecer no local por tempo indeterminado, até que suas demandas sejam atendidas pela prefeitura ou que a Igreja peça para eles saírem dali.

“Aqui foi o lugar mais seguro que a gente encontrou. Nos outros lugares [prédio da Oi e terreno em frente à prefeitura], fomos alvo de violência. A prefeitura quer mandar a gente para abrigo, mas a gente não aceita isso, porque lá não é um ambiente para mulheres grávidas e crianças. Queremos moradias”, disse.

A Secretaria de Desenvolvimento Social diz que já cadastrou 1.486 famílias que participaram da ocupação do prédio da Oi. Os técnicos da secretaria farão uma análise da lista para saber quem se enquadra em programas como o Minha Casa, Minha Vida (habitacional) ou o Bolsa Família (de complementação de renda). O trabalho deve ser concluído até o início da próxima semana.

A secretaria informa que as famílias que estão ocupando a catedral ainda não foram cadastradas. Técnicos da secretaria foram até o local na última sexta-feira (18) e se comprometeram a cadastrar as 60 pessoas que ocupavam o local, desde que elas aceitassem ir para o abrigo municipal Maria Teresa Vieira, em Jacarepaguá, na zona oeste. Segundo a secretaria, elas não aceitaram a proposta.

A Arquidiocese do Rio de Janeiro divulgou nota ontem (23) informando que não deu prazo para que os sem-teto deixem seu terreno. Segundo a nota, a arquidiocese tem, desde o primeiro momento, “prestado assistência aos efetivamente necessitados. Ao mesmo tempo, permanece em contínua mediação entre os necessitados e os Poderes Públicos, desejando uma solução definitiva para esta e para as demais questões ligadas à moradia”.