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Desocupação: manifestantes entram em confronto com a Guarda Municipal

Eles afirmam que só deixarão a Prefeitura após serem atendidos

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Nesta segunda-feira (14), desabrigados do processo de reintegração de posse do prédio da Telerj entraram em confronto com guardas municipais em frente à sede da Prefeitura, ondem estão acampados desde sexta-feira (11). 

O trânsito durante a manhã ficou caótico em trechos do Centro do Rio por conta do fechamento de parte da Avenida Presidente Vargas pelos manifestantes. As ocupações das pistas foram dissipadas pela Guarda Municipal e bombas de efeito moral foram utilizadas para afastar os manifestantes.

Com a chuva, prevista para continuar constante até quarta-feira, os manifestantes ocuparam o metrô e a passarela em frente ao prédio da Prefeitura, no Centro do Rio.

A coordenadora estadual do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) Juliete Pantoja, que está dando apoio aos desabrigados em conjunto com outras entidades, disse que a Prefeitura está se negando a conversar. “Representantes da Prefeitura estiveram aqui no domingo, mas não tinham posição nenhuma. Hoje estão dando um 'chá de cadeira' na gente”, disse.

Juliete afirmou que os moradores esperam que seja feito cadastramento no programa ‘Minha casa, minha vida’ acompanhado de informações do local exato onde seria feita essa alocação. Eles exigem também que os desabrigados não passem por processo de sorteio e sim que sejam enviados diretamente para as habitações. Segundo ela, alguns casos podem ser resolvidos com aluguel social, mas a principal reivindicação é por casas. “Ninguém quer receber aluguel social por três meses e depois ficar sem auxílio nenhum porque a prefeitura deixou de pagar”, pontuou.

De acordo com a coordenadora do MLB, nesta segunda-feira (14), cerca de mil manifestantes já estiveram em frente ao prédio da Prefeitura. Juliete disse ainda que na noite de domingo (13) a Polícia Militar intimidou desabrigados que se encontravam no lugar, mas que o grupo foi amparado por advogados da OAB e da Comissão de Direitos Humanos da Alerj.

A Prefeitura, em nota por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS), informou que quatro Centros de Referência de Assistência Social (Cras) estariam à disposição para cadastro das famílias que estivessem interessadas em serem incluídas em programas sociais oferecidos pelo município.  De acordo com a nota, os desabrigados passariam por um levantamento social para terem seus perfis analisados.

Ainda de acordo com a nota, as conversas estariam sendo conduzidas pessoalmente pelo vice-prefeito e pelo secretário municipal de Desenvolvimento Social, Adilson Pires. Durante todo o fim de semana, segundo a Prefeitura, foram realizadas reuniões entre representantes da prefeitura e das famílias.

A coordenadora do MLB disse que a entidade continuará dando apoio aos desabrigados e que a ideia é passar a segunda-feira (14) toda fazendo pressão e protestando. “Estamos tentando ajudar na negociação, apoiando com nossa experiência. Só vamos sair daqui quando a prefeitura tiver algo de concreto para apresentar às famílias”, afirmou.

* do projeto de estágio do JB