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Rio: Polícia prende mais de 100 em cerco ao Complexo da Maré

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A Força de Segurança do Rio de Janeiro já prendeu 118 pessoas na região do Complexo de Favelas da Maré desde o último dia 25, quando teve início a Operação Cerco. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, antes da ocupação iniciada neste domingo, 105 pessoas já haviam sido presas, no que foi chamada de primeira fase da operação.

“A fase inicial começou no dia 25, com a fase de cerco. Hoje, temos a fase de incursão e agora entra a fase de estabilização, mas não devemos confundir estabilização com varredura”, disse em entrevista coletiva o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame.

De acordo com a pasta, o processo total de ocupação envolve quatro fases. A última ocorre com a implantação permanente da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

No total, atualmente, o Rio de Janeiro conta com 38 UPPs – ainda não existe uma definição de quantas unidades serão instaladas na Maré. No último sábado, na véspera da ocupação definitiva (homens do Bope já atuam há mais de uma semana na região), o governador Sérgio Cabral citou como “muito significativa” a tomada de controle de território “para que a sociedade e poder público possam entrar no local agora com tranquilidade”.

Ocupação pacífica

Reduto do crime organizado do Rio de Janeiro, o complexo de favelas da Maré, na zona norte da capital fluminense, foi ocupado nas primeiras horas deste domingo pelas forças de segurança do Estado no primeiro passo para a instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na região que compreende 15 favelas no total, com aproximadamente 130 mil moradores.

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança, “as comunidades foram recuperadas pelas forças policiais sem encontrar resistência, o que permitiu o domínio dos pontos planejados dos territórios em 15 minutos”. Policiais continuam nas comunidades em operações de busca de criminosos, apreensões de armas, drogas e objetos roubados.

Segundo o chefe de operações do Bope, major Alex Benevuto, a expectativa é de que muito material seja apreendido na comunidade. “Os criminosos não conseguiram retirar todas as drogas e armas da região. A ocupação feita proporcionou que muitos meliantes se retirassem, então, com certeza, ao longo do dia vamos encontrar ainda muita coisa nas comunidades", disse.

Participam da operação 1.180 policiais militares de várias unidades, entre elas o Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), além de policiais da Corregedoria Interna da PM. O Bope ocupa as favelas Nova Holanda e Parque União, enquanto que o Batalhão de Choque as outras 13 favelas. Da Polícia Civil, o efetivo no local é de 132 pessoas. Uma base móvel do Instituto Félix Pacheco está instalada no 22º BPM (Maré) para fazer a identificação biométrica de suspeitos.

Além disso, os policiais militares usam 14 blindados disponibilizados pela Marinha e um blindado do Batalhão de Polícia de Choque. Agentes do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal e do Núcleo de Operações Especiais da Polícia Rodoviária Federal apoiam a operação.

De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro, as comunidades que fazem parte do Complexo da Maré e serão ocupadas são: Praia de Ramos, Parque Roquete Pinto, Parque União, Parque Rubens Vaz, Nova Holanda, Parque Maré, Conjunto Nova Maré, Baixa do Sapateiro, Morro do Timbau, Bento Ribeiro Dantas, Vila dos Pinheiros, Conjunto Pinheiros, Conjunto Novo Pinheiros (Salsa&Merengue), Vila do João e Conjunto Esperança.