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"É um dia histórico", diz Cabral sobre ocupação na Maré

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O Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB) ,falou com a imprensa na manhã deste domingo logo após a ocupação do Complexo de Favelas da Maré e destacou a importância da retomada do controle da região pelo Estado. “É um dia histórico. Foi essa a dimensão que eu dei no agradecimento à presidenta Dilma e também ao prefeito Eduardo Paes”, ressaltou o governador.

Cabral lembrou a importância da região do complexo, que fica ao lado da Ilha do Fundão, que abriga a Universidade Federal do Rio de Janeiro, e nas proximidades do aeroporto internacional do Galeão. “(Esse complexo) fica em frente à maior concentração de PHDs, de doutores, e de centros de pesquisas do Brasil. A gente conseguiu atrair, nos últimos anos, 16, 17  centros de pesquisas para o Rio  de Janeiro, e a fica no Fundão. E vocês imaginem, em frente a uma comunidade desamparada pelo poder público no que diz respeito à segurança pública e assistindo à luta entre facções, áreas sendo determinadas entre comandos e milícias. Como isso é possível?”, questionou.

A ação foi tratada pelo governador como de suma importância do ponto de vista simbólico. “Ela demonstra que nós não toleramos, em hipótese alguma, o poder paralelo - seja o miliciano, seja o Comando A, seja o comando B”, disse Cabral, falando que a ação poderá, finalmente, trazer paz para a região antes dominada por traficantes e milícias. “É uma ação integradora das forças de segurança, que vão permitir que essas pessoas vivam em paz. É um novo convívio”, falou.

Ocupação da Maré

Reduto do crime organizado do Rio de Janeiro, o complexo de favelas da Maré, na zona norte da capital fluminense, foi ocupado nas primeiras horas deste domingo pelas forças de segurança do Estado no primeiro passo para a instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na região que compreende 15 favelas no total, com aproximadamente 130 mil moradores.

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança, “as comunidades foram recuperadas pelas forças policiais sem encontrar resistência, o que permitiu o domínio dos pontos planejados dos territórios em 15 minutos”. Policiais continuam nas comunidades em operações de busca de criminosos, apreensões de armas, drogas e objetos roubados.

Participam da operação 1.180 policiais militares de várias unidades, entre elas o Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), além de policiais da Corregedoria Interna da PM. O Bope ocupa as favelas Nova Holanda e Parque União, enquanto que o Batalhão de Choque as outras 13 favelas. Da Polícia Civil, o efetivo no local é de 132 pessoas. Uma base móvel do Instituto Félix Pacheco está instalada no 22º BPM (Maré) para fazer a identificação biométrica de suspeitos.

Além disso, os policiais militares usam 14 blindados disponibilizados pela Marinha e um blindado do Batalhão de Polícia de Choque. Agentes do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal e do Núcleo de Operações Especiais da Polícia Rodoviária Federal apoiam a operação.

De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro, as comunidades que fazem parte do Complexo da Maré e serão ocupadas são: Praia de Ramos, Parque Roquete Pinto, Parque União, Parque Rubens Vaz, Nova Holanda, Parque Maré, Conjunto Nova Maré, Baixa do Sapateiro, Morro do Timbau, Bento Ribeiro Dantas, Vila dos Pinheiros, Conjunto Pinheiros, Conjunto Novo Pinheiros (Salsa&Merengue), Vila do João e Conjunto Esperança.

O intuito da secretaria de Segurança Pública do Estado é abrir espaço para a entrada do Exército no local, que a exemplo do que ocorreu no complexo de favelas do Alemão, fará a ocupação do local até que o efetivo da Polícia Militar forme o novo efetivo para atuar na Maré – o acordo foi feito junto com ao Ministério da Justiça por intermédio do secretario José Mariano Beltrame e o governador Sérgio Cabral.