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Garotinho cobra investigação federal sobre contas da família de Paes no Panamá

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O deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) prometeu entrar na justiça contra o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), por causa de uma declaração do peemedebista ao jornal Folha de S.Paulo na semana passada. Após a publicação, na última quinta-feira, no site de notícias Brasil 247 de duas contas no Panamá, país considerado paraíso fiscal, com capital da ordem de R$ 20 milhões da família do prefeito, Paes respondeu atacando o ex-governador do Rio. "O meu pai é um advogado muito bem sucedido, ao contrário da família Garotinho que enriqueceu na política".

O deputado Garotinho cobra uma retratação do prefeito que poderá ser processado, caso não retire a acusação sobre a família do parlamentar. "Já sofri muitos ataques e muitas perseguições e nunca nada foi provado contra mim, porque nunca fiz nada de errado. O patrimônio que possuo é a casa que herdei dos meus pais, em Campos, na rua Saturnino Braga, 44, no bairro da Lapa. E moro no Rio, num apartamento alugado no Flamengo, que divido com minha filha Clarissa, que é deputada estadual. Além disso tenho a empresa Palavra de Paz, que trabalha no setor de divulgação de produtos gospel. Jamais foi provado contra mim qualquer corrupção de roubo de dinheiro público. Por isso, vou processar o prefeito Eduardo Paes para que ele ou desminta sua afirmação ou seja condenado por calúnia, injúria e difamação".  

O site Brasil 247 obteve, com exclusividade, os registros de duas empresas abertas no Panamá pelos pais e pela irmã do prefeito Eduardo Paes. Elas se chamam Conval Corporation e Vittenau Corporation e foram criadas em 12 de junho e 19 de junho de 2008, ano em que Paes se elegeu pela primeira vez. As empresas pertencem, segundo documentação reunida pelo site, a Valmar Souza Paes, pai do prefeito, Consuelo da Costa Paes, a mãe, e Letícia da Costa Paes, a irmã. Cada uma possui capital social de US$ 4 milhões, ou seja, US$ 8 milhões que equivaleriam a cerca de R$ 20 milhões no câmbio atual. Os contratos foram elaborados pelo escritório Morgan y Morgan e as empresas pertenceram a Jose Eugenio Silva Ritter, apontado como dono do Hotel St. Peter, que ofereceu emprego ao ex-ministro José Dirceu, preso na penitenciária da Papuda, em Brasília, após ser condenado no processo do Mensalão.

O deputado e ex-governador Anthony Garotinho quer saber também a origem do dinheiro das duas empresas da família do prefeito no Panamá. O líder do PR oficiou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que a Polícia Federal abra investigação e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, cobrando o mesmo procedimento da Receita Federal.

"Se o dinheiro da família do Eduardo Paes é legal, por que não foi depositado numa conta do Banco do Brasil? Mas, não, foi depositado no Panamá, em nome de uma pessoa, a mesma chamada de Laranja, envolvido no caso do hotel que pensou em contratar o José Dirceu", rebateu Garotinho.