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Passeata no Centro protesta contra prisões de manifestantes

Protesto começou no Fórum e seguiu até os Arcos da Lapa

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Na tarde desta quinta-feira (31), cerca de mil manifestantes realizaram novo ato no Centro do Rio. Os participantes do movimento “Grito de Liberdade” protestaram contra a aplicação das leis de Segurança Nacional e de Crime Organizado contra manifestantes. A concentração do protesto foi no Fórum do Tribunal de Justiça, passando pela Assembleia Legislativa (Alerj), pela Candelária e a Câmara Municipal dos Vereadores, na Cinelândia, até chegar aos Arcos da Lapa.  Dentre as vias interditadas, estão um trecho da Avenida Presidente Vargas, a Rua Primeiro de Março, a Avenida Rio Branco, a Rua do Passeio e a Avenida Mem de Sá. Até as 19h30, não houve conflito entre a Polícia Militar e os manifestantes, que incluía dezenas de black blocs.

Durante a concentração, que começou por volta das 15h, cartazes foram confeccionados ao som do bloco Nada Deve Parecer Impossível de Mudar, com letras ironizando o governo. Um dos organizadores do protesto recitou o manifesto do movimento, que inclui entre as suas reivindicações "o fim das prisões políticas", a "anistia aos presos políticos", "a garantia do direito à livre manifestação", "a liberdade irrestrita de expressões artísticas, culturais, sociais e políticas ", o "fim da violência policial", "o fim do uso de armas letais nas manifestações", "o fim do uso abusivo de armamentos não-letais" e a “desmilitarização da PM". No local havia personalidades como a atriz Leandra Leal e o ativista Átila Roque, diretor executivo da Anistia Internacional Brasil.

Cerca de 200 policiais militares acompanhavam o protesto. Na altura da Candelária, alguns manifestantes foram revistados e obrigados a se identificar, mas nenhum foi detido. Ao chegar à Avenida Rio Branco, o protesto prosseguiu em silêncio quase absoluto por parte dos manifestantes, que usaram mordaças e faixas na boca, em uma alusão à censura. O grupo passou em frente ao prédio das empresas do grupo EBX, de Eike Batista, na Cinelândia, e também protestou contra o empresário.

O ato também protesta contra os presos nas outras manifestações, como Jair Seixas, o Baiano, encarcerado desde o dia 15 de outubro, e Rafael Braga Vieira, detido desde 20 de junho. Os dois jovens estão na Penitenciária de Gericinó (Bangu). A Copa do Mundo foi mais um dos alvos da manifestação, entoada por gritos de “Não vai ter Copa!”.