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PM retira 30 após invasão e protesto na Câmara de Vereadores do RJ

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A ocupação da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro terminou por volta das 4h desta sexta-feira, segundo a assessoria da Casa. Cerca de 30 manifestantes foram retirados pela Polícia Militar. Nesta manhã, eles tentavam participar de uma reunião de vereadores sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus, mas não ingressaram no local do encontro. Alguns parlamentares deixaram o prédio, temendo violência.

Os manifestantes foram à Câmara depois de serem retirados da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj). Três vereadores - Renato Cinco (Psol), Brizolla Neto (PDT) e Reimont (PT) - negociaram com eles. O grupo pediu a retirada dos parlamentares Professor Uóston (PMDB), Chiquinho Brazão (PMDB), Jorginho da SOS (PMDB) e Renato Moura (PTC) da CPI dos Ônibus.

A exigência ocorreu porque os quatro não assinaram requerimento de abertura da comissão e fazem parte da base governista. Dos cinco responsáveis pela CPI, apenas Eliomar Coelho (Psol) propôs a investigação e faz parte da oposição. Em meio à ocupação, manifestantes arremessaram um morteiro em direção aos policiais e a situação ficou tensa na porta lateral da Câmara. A PM revidou com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo. 

O psicólogo Daniel Fabrício da Silva, 32 anos, foi atingido na perna direita por estilhaços de uma bomba. "Quando ouvi o estrondo, senti a dor na hora, e agora mal consigo andar", disse, ao ser atendido por médicos voluntários.  

Segurança se excedeu, dizem deputados

Os manifestantes retirados da Alerj foram vítimas de excesso de força de seguranças da Casa, afirmaram os deputados estaduais Marcelo Freixo (Psol) e Wagner Montes (PSD). 

Segundo Montes, a sessão plenária já havia sido encerrada quando os seguranças agiram contra os manifestantes. "Eram cerca de 30 pessoas, saí abraçado com eles para que não houvesse violência, mas eles agiram com gás de pimenta, que felizmente nåo me atingiu, mas quebraram o meu óculos", afirmou o parlamentar, mostrando a armação sem lentes.

Com os olhos irritados por conta do gás de pimenta, Freixo afirmou que, ao final da sessão de hoje, por volta das 17h30, os manifestantes passaram a protestar no plenário da Casa. Segundo o deputado do Psol, a retirada do grupo do local foi uma ordem do presidente da Alerj, Paulo Melo (PMDB).

"Nós subimos para conversar com os manifestantes, mas veio essa ordem (de retirada) da presidência, para que eles fossem retirados à força. Era um ato político normal. A segurança da casa seguiu ordens, mas poderia haver o diálogo. O uso da força não era necessário", afirmou o parlamentar, que relatou que ao menos duas manifestantes ficaram feridas.