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Frente Nacional dos Torcedores lança campanha "Fora Marin"

Evento foi realizado na sede da ABI nesta sexta

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Sem a presença do deputado federal Romário (PSB-RJ), aguardado no ato, foi lançada hoje na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro do Rio, a campanha "Fora, Marin". O evento, que contou com a presença de cerca de 40 pessoas, foi organizado pela Frente Nacional dos Torcedores, composto pela sociedade civil, com o apoio da ABI.

Para o presidente da Frente Nacional dos Torcedores, João Hermínio Marques, que acredita em uma mobilização popular como se viu com o "Fora Teixeira!", não basta trocar o nome de quem comanda, mas é preciso trocar o sistema de toda a organização do esporte no Brasil.

Para o presidente da Frente Nacional dos Torcedores, João Hermínio Marques, que acredita em uma mobilização popular como se viu com o "Fora Teixeira!", não basta trocar o nome de quem comanda, mas trocar o sistema de toda a organização do esporte no Brasil.

"Queremos que a memória seja resgatada, e não podemos deixar que o que aconteceu durante a ditadura militar seja apagado. Mais do que isso, a gente não quer que a organização da Copa fique nas mãos de um cara anti-democrático, que defendeu a ditadura. Somos contrários a este atual sistema da CBF e da organização do esporte nacional. Também defendemos a regulação esportiva para que o esporte seja praticado e organizado pela iniciativa privada, mas que respeite os trâmites legais e os interesses públicos e sociais".

Além de Romário, também eram aguardados na ABI Ivo Herzog,  filho de Vladimir Herzog, e o ex-jogador Afonsinho, mas ambos não compareceram. Ainda havia a expectativa da presença do ex-diretor de seleções da CBF Andrés Sanchez, que pleiteia se candidatar ao cargo de presidente da entidade. Ele também não apareceu.

Ivo Herzog, no entanto, enviou um vídeo para manifestar seu apoio à causa e afirmou que, se Marin deixar a CBF, o futebol brasileiro ganhará em dignidade.

 Já o deputado federal Chico Alencar compareceu à ABI e ressaltou que a qualidade da gestão da CBF influencia na qualidade técnica da seleção brasileira, que vem obtendo maus resultados.

“As gestões dos clubes têm deixado a desejar e estão sendo aliadas dessa gestão corrupta, o que está influenciando no futebol dentro de campo. Quando além dessas mazelas do futebol brasileiro, a serem enfrentadas com coragem, vemos na gestão um homem que representa as ideias de um regime autoritário, de censura, não podemos assistir passivamente. A glória de sediar uma Copa do Mundo está enevoada por uma presidência sem qualificação. Então, ainda que a CBF seja uma entidade privada , é função de todos defender o que é cultura brasileira e pedir uma gestão transparente”, afirmou o deputado.

Chico Alencar defendeu a ideia do ministro dos Esportes, Aldo Rebelo (PCdoB), que chegou a declarar no mês passado que o governo deve interferir na indicação dos mandatários da CBF: “O futebol, ainda que gerido por clubes particulares e tendo a CBF como empresa privada, é algo que faz parte da cultura nacional. Os espetáculos ocorrem em estádios muitas vezes construídos com dinheiro público e depois repassados à iniciativa privada, são algo que afeta nosso dia a dia, estão dentro alma dos brasileiros, então o governo deve sim se pronunciar, evitar a omissão, e se posicionar em prol dos interesses públicos”.

Representante da ABI durante o ato, o jornalista Mário Augusto Jakobskind ressaltou que “os jornalistas do Brasil não podem aceitar um homem que pode ser considerado um dos responsáveis pela morte de Vladimir Herzog” e lembrou a importância do Rio de Janeiro se manifestar contra Marin.

Também presente na ABI, o deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ) reiterou as falas de Alencar e Jakobskind e afirmou não querer à frente da CBF “as piores lembranças do nosso passado”. Em passagem rápida pelo evento, o deputado Marcelo Freixo (PSOL) afirmou que Marin representa a escola política de Teixeira e Havelange.

O deputado federal Fernando Ferro (PT-PE) foi convidado para o ato já que é autor da PEC 202/2012, que determina a regulamentação do esporte brasileiro, uma das reivindicações da Frente Nacional dos Torcedores.

"Essa PEC coloca claramente que os princípios que vão reger o esporte serão os princípios da democracia, transparência, moralidade, humanismo e justiça", afirmou o deputado.