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Ministro reconhece que obras do Galeão farão falta para usuário

Obras estão cinco meses atrasadas. Apenas 30% estarão prontas até JMJ e Copa das Confederações 

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A empresa que vencer a licitação para a concessão do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, prevista para setembro, encontrará um aeroporto ainda em obras.

As reformas no Terminal 1 estão cinco meses atrasadas, e o próprio ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, reconheceu nesta segunda-feira (8), durante inspeção no aeroporto, que as obras inacabadas farão falta para os turistas que vierem para a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude no Rio:

"Se não fizesse falta, não estaríamos correndo e fazendo essas obras agora e nem fazendo essa licitação. O governo entende que o usuário precisa de qualidade de serviço", disse o ministro, irritado.

O presidente da Infraero, Gustavo do Vale, admitiu a demora no projeto. "Foram muitas licitações, processo burocrático, os projetos não foram entregues a tempo e as obras atrasaram cinco meses. Para Jornada Mundial da Juventude e a Copa das Confederações, 30% das reformas estarão prontas. Mas até a Copa do Mundo tudo estará finalizado", garantiu Vale, otimista.

Até agora, estão prontas apenas cinco escadas rolantes, os elevadores do Terminal 1 e a área de check-in internacional do Terminal 2. 

Exemplo em outros aeroportos

Moreira Franco disse ter percebido que o Galeão está passando por uma mudança profunda, e citou outros dois aeroportos como exemplos do que acontecerá com o Aeroporto Internacional do Rio:"Os aeroportos de Vira-Copos(Campinas) e Guarulhos passaram por uma ampliação substancial de sua capacidade de atendimento. E o Internacional do Rio passará pelo mesmo processo", disse o ministro, que adiantou ainda que o aeroporto de Confins, em Minas Gerais, também terá uma licitação para definir o ganhador da concessão em setembro. 

Gustavo do Vale garantiu que não houve nenhum aditivo de preço em função de prazo de obras. "Se houve, foram por novas possibilidades de projeto. No caso das esteiras de bagagem automatizadas, por exemplo, algumas coisas tiveram que ser alteradas no processo", explicou o presidente da Infraero, garantindo ainda que a mesma vistoria desta segunda-feira será feita nos outros cinco aeroportos das cidades sedes da Copa das Confederações: Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, Recife e Brasília. "O Galeão é um aeroporto de quase 40 anos, algumas coisas ainda são daquela época. Muitas coisas vão mudar, e para melhor, na infra-estrutura. Fios, cabos, banheiros, tudo isso. Teremos espaços maiores, tudo para dar mais conforto", garantiu.

Haverá também um plano de contingência para so próximos grandes eventos na cidade do Rio de Janeiro, segundo Do Vale. Esse plano ficará pronto nos próximos 15 dias, segundo o presidente da Infraero. "A última vez que fizemos isso foi na Rio +20. Será um fluxo próprio para que essas pessoas tenham um trânsito diferenciado dentro dos aeroportos", explicou Gustavo. Participarão do plano a Polícia Federal, a Receita Federal, a Anvisa e as próprias companhias aéreas.

Sem achismos

Sobre as companhias aéreas, Moreira Franco foi direto e disse que está sendo elaborado um estudo sobre a viabilidade destas e quais seriam os reais ganhos para o consumidor."Você precisa de companhias aéreas saudáveis. Para isso, eu pedi ao BNDES e a Anac que fizessem estudos econômicos financeirospara que nós saiamos do achismo e passemos a trabalhar com números, dados, coisas efetivas e reais", disse ele, para em seguida falar a respeito da relação entre os clientes e as companhias:

"Uma outra questão é o conforto do usuário: é fundamental que a infraero, as empresas, as ganhadoras futuras da licitação e todos que operam no aeroporto, que entendam que o usuário é cliente. Ele paga, e ele tem direito a ter qualidade, segurança, preço, a ser tratado como a razão primeira e última de todo o esforço que se faça", finalizou o ministro.

Investimentos passam dos R$ 800 milhões

O investimento total previsto para as obras do Aeroporto Internacional é de R$ 819,26 milhões. O prazo final das obras está previsto para abril de 2014. São R$ 301,11 milhões para o Terminal 1; R$ 354,73 milhões para o Terminal 2, com término da obra prevista para o primeiro trimestre de 2014, assim como o Terminal 1; R$ 157,43 milhões para o sistema de pistas e pátios, com conclusão prevista para outubro de 2013; R$ 5 milhões para a construção de dezoito elevadores e oito plataformas elevatórias para acessibilidade, além de seis novas esteiras que ligam os terminais 1 e 2; E mais R$ 1 milhão para a reforma de doze banheiros na área pública, com previsão de término para dezembro de 2013.