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Índios aceitariam ser mão-de-obra em manutenção de antigo museu

Membros da Aldeia Maracanã ressaltam, porém, que querem documento escrito do governo do Estado

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Após a reviravolta desta quinta-feira(21), em que o mandado de reintegração de posse do antigo Museu do Índio não foi cumprido, os indígenas que habitam a Aldeia Maracanã elaboraram três propostas para serem discutidas com a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH) e encaminhadas ao Governo do Estado. Uma delas prevê, inclusive, a ajuda dos próprios índios nas obras de manutenção do prédio que abriga a Aldeia.

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De acordo com Aarão da Providência Araújo Filho, advogado da aldeia e presidente do Conselho Nacional dos direitos indígenas, é imprescindível que haja uma garantia, por escrito, de que o prédio terá destinação exclusiva à cultura indígena. Este é o primeiro ponto da proposta. "Não haverá Museu Olímpico aqui. Isso vocês podem ter certeza", garantiu Aarão, referindo-se ao projeto do Governo do Estado de criar um Museu Olímpico, em parceria com o Comitê Olímpico Brasileiro(COB) naquele local. "Seria um contrassenso o antigo museu não ser usado para difundir a cultura indígena".

O segundo ponto da proposta é a mudança dos índios para o prédio do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro-RJ), localizado no mesmo terreno da Aldeia e que encontra-se desativado desde janeiro de 2013. " É um prédio que tem uma infra-estrutura, e não teria necessário gastar dinheiro com hotel", ponderou Aarão, lembrando mais uma vez da garantia feita pelo governo do Estado.

A terceira proposta encaminhada pede que, caso o prédio da Lanagro-RJ não possa ser utilizado, os índios iriam para o prometido Centro de Referência da Cultura Indígena, na Quinta da Boa Vista. Os indígenas, porém, querem poder acompanhar a manutenção do prédio, e se mostraram dispostos a disponibilizar as próprias mãos para a reforma do prédio. "Seria um prazer imenso para nós", finalizou o advogado indígena.