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Governo do Estado "não abre mão" do Museu Olímpico 

Índios recebem de Zaqueu Teixeira 3 opções

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O governo do Estado do Rio de Janeiro ofereceu aos índios da Aldeia Maracanã, situada no antigo Museu do Índio, três últimas e novas ofertas - além do Hotel Acolhedor Santana II, da prefeitura - para desocupar o local, já que as autoridades afirmaram "não abrir mão de que o local abrigue um Museu Olímpico". 

Entre as propostas apresentadas pelo secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaquel Teixeira, estão três opções de bairros para os indígenas: Jacarepaguá, Bonsucesso e um galpão ao lado do barracão da Odebrecht na rua Visconde de Niterói, o mais próximo de onde atualmente moram, no bairro Maracanã. 

Para os que não aceitarem nenhuma das propostas, a opção é retornar para os seus locais de origem com a garantia, segundo Teixeira, de que receberão transporte pago pelo Estado caso queiram vir ao Rio visitar os parentes e amigos que ficaram.

A secretaria ainda se comprometeu a construir um Centro de Referência Indígena em outro local que, por enquanto, seria um galpão na Quinta da Boa Vista, onde ainda funciona a unidade prisional Evaristo de Moraes, em processo de desativação. A previsão de conclusão deste centro, segundo o secretário, seria de um ano e meio. Um ano para desativar e demolir o centro prisional e meio ano para a construção do novo imóvel. 

Além disso, Teixeira afirmou que o estado também promete criar um Conselho Estadual de Direitos Indígenas, cujo o objetivo seria o de "monitorar o funcionamento do centro de referência da cultura dos povos indígenas. O órgão atuaria como consultor do estado na formulação de políticas de defesa e promoção dos direitos indígenas", afirmou.

O prazo para despejo dos indígenas terminou na última segunda-feira e agora cabe apenas ao Oficial de Justiça cumprir a decisão judicial. No local, o secretário criticou a atuação da Funai (Fundação Nacional do Índio). "Eles jamais compareceram para dialogar junto aos índios e intermediar a negociação com o governo do Estado. Se omitiram no andamento de todo o processo e do debate”, criticou. 

Quem não aceitar a permanência no hotel da prefeitura ou as três novas opções oferecidas, será oferecido pelo governo do estado o aluguel social, no valor de R$ 400 mensais por família, até a inauguração do Centro de Referência Indígena.

O outro lado

Os índios chegaram à secretaria para entregar a proposta da aldeia depois que Zaqueu Teixeira terminou a entrevista coletiva. Segundo eles, que souberam, pela imprensa, que a posição do governo do estado é de construir o Centro de Referência Indígena fora do antigo prédio do Museu do Índio, não haverá acordo se o imóvel for destinado à construção do Museu Olímpico, como pretende o governo estadual. O impasse vai continuar nesta sexta-feira.

*Do programa de estágio do JB