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Alerj pode criar hoje Comissão da Verdade no Rio

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A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro deverá votar, nesta terça-feira, a criação da Comissão da Verdade em âmbito estadual e que tem por objetivo investigar crimes cometidos por agentes do Estado contra opositores políticos durante a ditadura militar. 

“O governador Sérgio Cabral, assim como os deputados estaduais e toda a população do Rio, sabe que o Estado foi o principal centro da repressão política à época da ditadura”, afirmou Wadih Damous, presidente da OAB do Rio de Janeiro e um dos principais incentivadores da criação da Comissão.

Na semana passada, acompanhado dos presidentes da Assembleia Legislativa, deputado Paulo Melo (PMDB), e da Caixa de Assistência dos Advogados, Felipe Santa Cruz – este, filho de um desaparecido político durante a ditadura – Damous esteve em audiência com Sérgio Cabral para tratar sobre a criação da Comissão da Verdade. Na reunião, o governador garantiu que iria orientar a bancada governista na Alerj para votar favoravelmente à criação da Comissão.

Aprovada e instalada, a Comissão da Verdade poderá apurar informações de que existiram, no Rio de Janeiro durante os governos militares (1964-85), vários centros de tortura instalados em imóveis em áreas residenciais, para manter a aparência de normalidade, conhecidos como casas da morte, informou Damous.

Segundo ele, o Rio de Janeiro foi o Estado com maior número de "casas da morte" no país. Até agora, só se tinha detalhes da existência de uma dessas casas, em Petrópolis, na região serrana do Rio, mas há informações de que pode ter funcionado também no Jardim Botânico.