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Rocinha tem 10º assassinato em dois meses. Moradores seguem amedrontados

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Uma briga entre vizinhos terminou com o assassinato de um homem na Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na noite deste domingo (8). Policiais da Divisão de Homicídios da Capital (DH) estão apurando as circunstâncias deste que já é o décimo homicídio em apenas dois meses. Um suposto assassino, identificado como  Mauriciano Morais de Souza, 22 anos, foi preso por policiais militares e conduzido à 14ª DP (Leblon). 

O crime foi cometido, segundo informações da Polícia Civil, com o auxílio de uma caixa de som. Os últimos casos de crimes cometidos na favela, mesmo com a ocupação do lugar por forças de segurança - evidencia que a comunidade ainda está longe de ser considerada um ambiente seguro para a população. A Rocinha está "pacificada" desde o dia 13 de novembro último. 

Ainda segundo informações da Polícia Civil, o assassinato ocorreu no interior da residência onde o autor e a vítima moravam, no Largo do Boiadeiro, nas proximidades da Rua 11.

Entre os assassinados desde a ocupação da favela estão Vanderlan Barros, conhecido como Feijão - então líder comunitário da comunidade - e o cabo do Batalhão de Choque da Polícia Militar, Rodrigo Alves Cavalcante, de 32 anos. O praça foi morto com um tiro por traficantes durante um patrulhamento no alto do morro. 

Seu suposto assassino, identificado como Edilson Tenório de Araújo, de 40 anos, teria atirado no cabo após a tentativa de abordagem no alto do morro, em um ponto de venda de drogas. Na fuga, o suspeito deixou uma bolsa com munições e um documento, o que permitiu sua identificação. Segundo a PM, ele já tinha sido preso duas vezes por tráfico de drogas. Edilson ainda não foi capturado, apesar de diversas operações e diligência feitas na comunidade para localizá-lo.

Beltrame dobrou número de agentes na Gigante da Zona Sul

O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, anunciou na última quarta-feira que não haverá mudanças na política de pacificação da enorme favela da Zona Sul carioca. Ele disse ainda que não vai recuar "1 milímetro" dentro do planejamento já traçado. 

"Ninguém vai trabalhar com gosto de sangue na boca. Existe um plano, um projeto. A mudança se dá dentro de processo. Dizer que vamos arrumar a Rocinha agora na Páscoa é ser mercenário de ilusões", afirmou. Depois da morte do policial na Rocinha, Beltrame convocou uma coletiva de imprensa e frisou que a pacificação não vai acontecer imediatamente. A Rocinha foi ocupada por forças de segurança no dia 13 de novembro do ano passado. 

Para intensificar o policiamento, o secretário de segurança fixou que até o fim da semana serão 643 homens se revezando. Atualmente, o efetivo total na favela é de 350 PMs. Ainda de acordo com a polícia, o suspeito se chama Edilson Tenório de Araújo, que já tem passagem por tráfico de drogas.