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Movimento grevista da PM do Rio admite que paralisação pode não acontecer

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Uma das lideranças do movimento em prol da dignidade dos Bombeiros e Policiais do Estado do Rio de Janeiro,  cabo Gurgel afirmou que a preferência do coletivo é não  entrar em greve. De acordo com o militar, em uma assembleia na próxima quinta-feira, véspera da data estipulada para o início da paralisação, será decidido o destino do movimento, e de que forma os agentes de segurança vão reivindicar seus direitos.

"Somos conscientes e sabemos que é melhor não haver a greve, desde que sejam atendidas as nossas reivindicações", disse ele. "Uma paralisação geral não beneficiaria a ninguém. Porém, precisamos que o mínimo seja feito por nós".

Questionado sobre as declarações do governador Sérgio Cabral, que comparou o movimento fluminense ao baiano, e disse que "no Rio, há comando, há respeito da corporação a esse comando e garanto que nossos profissionais de segurança têm consciência de que o serviço deles é essencial", cabo Gurgel garantiu que "nada parecido com o que acontece em Salvador aconteceria aqui". Segundo ele, na assembleia que antecede a possível greve, em caso de confirmação da paralisação, será definido o esquema dos grevistas.

"Nós existimos para proteger a sociedade", definiu. "Nossa paralisação não pode ser integral. Somos um movimento organizado, e que preza pela segurança do Rio e de seus habitantes".

Perguntado sobre o anúncio feito por Cabral, que enviou proposta de reajuste à Assembleia Legislativa do Rio na semana passada e que será votado esta semana, e que vai elevar o salário mínimo de policiais e bombeiros a mais de R$ 2 mil, cabo Gurgel garantiu que as reivindicações do movimento não se limitam à questão salarial.

"Queremos mudanças no regulamento da Corporação, que muitas vezes sobrepõe-se à Constituição Federal", comparou. "O PM tem que poder recorrer à Justiça Comum, antes de extinta a esfera administrativa. O policial não pode ser obrigado a levantar para seu superior sentar quando não está de serviço. E, principalmente, queremos o fim da 'pronta intervenção', que permite a prisão do militar por 72 horas mediante qualquer suspeita, sem que haja flagrante ou prova de irregularidade".