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Minc: Não vamos permitir que a Chevron lave as mãos no óleo derramado

Secretário estadual de Meio Ambiente classifica multa de R$ 50 milhões como defasada

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Passadas quase duas semanas do início do vazamento de óleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, os órgãos responsáveis por fiscalizar a operação das empresas que extraem petróleo da costa brasileira ainda não se entenderam sobre o volume de óleo que ameaça a biodiversidade brasileira.

Enquanto para o secretário estadual de ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, o vazamento foi de cerca de 25 mil barris de petróleo, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) alega que o derramamento tenha sido de no máximo 3 mil barris. 

Na manhã desta segunda-feira (21), o secretário esteve na sede da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente e o Patrimônio Histórico, na Praça Mauá, para oferecer ajuda ao delegado Fábio Scliar, da PF, na apuração do caso. Ainda de acordo com Minc, o tamanho do desastre ambiental deve ser divulgado ainda nesta semana, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais vai divulgar relatório com o total de barris que vazaram. 

>> Chevron calcula vazamento de cerca de 382 mil litros de óleo em Campos

>> Volume de vazamento no RJ foi entre 2.700 a 3 mil barris, diz ANP

Na próxima quarta-feira, o delegado Fábio Scliar dá início ao interrogatório de sete funcionários da Chevron (entre executivos e engenheiros). De acordo com Scliar, os depoimentos de funcionários da Chevron devem durar cerca de duas semanas. Com a conclusão do inquérito será possível determinar o valor da multa, que deve girar em torno de R$ 50 milhões para cada infração que for comprovada. 

Para Carlos Minc, a Transocean (responsável pela perfuração e operação no Campo de Frade) e a Chevron (que contratou a Transocean para extrair petróleo da já mencionada Bacia) devem ser impedidas de operar no Brasil. "A Transocean não é só incompetente como também é pé frio", disse o secretário referindo-se ao vazamento de óleo na Golfo do México, no ano passado, provocado por falhas da mesma empresa. 

"Não vamos permitir que a Chevron lave as mãos no óleo derramado. Quem acha que é só vir ao Rio, comprometer a nossa biodiversidade e depois ir embora, está enganado", frisou Minc.