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Prisão de Nem representou a união de forças, diz cúpula da Segurança do Rio

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A cúpula da Segurança do Rio falou sobre a prisão do traficante Nem da Rocinha na manhã desta quinta-feira e enfatizou a união de todas as forças envolvidas na operação. O comandante-geral da PM, Erir Ribeiro da Costa, o superintendente da Polícia Federal, Valmir Lemos de Oliveira, o secretário interino de Segurança, Edvald Novaes, e o tenente responsável pela ação, Pinheiro Neto, ressaltaram que a prisão do criminoso mais procurado pela Polícia do Rio começou a ser planejada há mais de um mês.

"Foi a união de todas as forças representadas no Estado. Foi o resultado da política que vem sendo desencadeada há quase cinco anos no Rio de Janeiro e mais um passo na política de pacificação. Os resultados estão aí para serem vistos por todos. A operação ainda não terminou, continua em andamento", disse o secretário interino da Segurança, Edvald Novaes.

"Hoje é um dia muito feliz para a PF e também para a Superintendência, na medida em que podemos sentar em frente à imprensa para divulgar um resultado positivo. O trabalho está em andamento, existe todo um planejamento estruturado. A PF foi convidada a participar desse projeto e estamos satisfeitos pelo convite e pelo fortalecimento das parcerias", afirmou Valmir Lemos de Oliveira, superintendente da Polícia Federal.

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O comandante do Batalhão de Choque também comentou a operação e disse que os policiais envolvidos foram orientados a acreditar na missão. "Isso foi fundamental. A guarnição fez a abordagem e teve a atenção despertada pelo carro em que estava o traficante Nem. O tenente não acreditou na história contada pelo homem que se disse cônsul honorário do Congo e decidiu levar adiante a investigação. Acreditou na ocorrência, superou obstáculos, tentativa de suborno ( foram R$ 20 mil inicialmente  e depois R$ 1 milhão), e o tenente responsável falou para o advogado: eu sou um policial e a gente vai para a delegacia da Polícia Federal agora. Você está preso. Ressalto que todos os preceitos foram seguidos". 

De acordo com o comandante, a primeira abordagem foi feita na Avenida Marquês de São Vicente, na Gávea. Chamou a atenção dos policiais o fato de a parte traseira do carro estar muito baixa, como se carregasse algo pesado. Os ocupantes alegaram que havia uma quantidade grande de dinheiro no porta-malas, mas, em seguida, um dos policiais percebeu movimentos, o que indicava que algo estava se mexendo dentro do porta-malas. Foi quando determinaram que o carro deveria ser vistoriado. O ocupante que se identificou como cônsul disse que não permitiria isso, já que tinha imunidade diplomática. Os policiais então determinaram que o veículo fosse encaminhado para a sede da polícia. Na Lagoa Rodrigo de Freitas, o carro parou novamente e os ocupantes passaram a oferecer dinheiro - até R$ 1 milhão. Com a negativa por parte dos policiais, Nem acabou sendo encontrado no porta-malas do carro.

O tenente Pinheiro Neto, responsável pela operação, revelou que este foi o segundo  momento de uma ação mais ampla composta de quatro grandes momentos. "Há dez dias iniciamos, em conjunto com a PM, Civil, PF, PRF, Fuzileiros Navais, um processo de ações contundentes em locais com a possível presença de criminosos que porventura tentassem fugir. A operação começou dia 1 de novembro com a ação do Bope em Macaé. Alguns dias depois, a evolução foi positiva e passamos a desenvolver uma outra ação, com duração de 36 horas, sem o conhecimento da imprensa. Mas antecipamos o cerco com centenas de policiais envolvidos, viaturas, flexibilidade, de acordo com  informações. Os próximos passos irão acontecer nos próximos dias,  não posso detalhar, mas neste momento ressalto a coragem desse grupo de policiais que teve a atenção despertada para um veículo, que investiu, ousou e conseguiu a vitória".