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Mãe de bombeiro desabafa e diz que filho está sendo "vigiado"

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A mãe de um dos bombeiros que encabeçam o movimento da categoria por melhorias salariais e de condições de trabalho afirma que seu filho é vigiado constantemente, desde quando os protestos dos militares se intensificaram no Rio. Na madrugada de sábado, após a invasão do quartel-general da corporação, ela diz que, ao se aproximar de casa, seu filho se deparou com dois automóveis suspeitos, que, aparentemente, o aguardavam.

"Meu filho não ficou no quartel-general até a entrada da polícia pois tinha compromissos particulares inadiáveis a cumprir. Por isso, voltou para casa. Quando se aproximou da residência, de carro, percebeu os dois automóveis, que ligaram os faróis altos em sua direção", conta a mãe, que não quer ser identificada. "Ele, então, que estava com a namorada, seguiu em frente. Os dois carros, que estavam na direção contrária, tiveram de manobrar para seguí-lo. Dessa forma, ele conseguiu acelerar e despistá-los. Mesmo assim, achou melhor não dormir em casa".

Ao relatar a ação ao JB, a mãe do bombeiro praticamente descartou a possibilidade de que a presença dos automóveis pudesse significar uma tentativa de assalto.

"Moramos numa rua muito tranquila do subúrbio, onde nunca houve qualquer ação violenta", garante.

Num desabafo, ela se mostrou revoltada com as palavras do governador Sérgio Cabral, que, em entrevista coletiva, qualificou os bombeiros rebelados como "vândalos" e "irresponsáveis".

"Meu filho tem curso superior, e poderia escolher outra profissão, se quisesse", garante. "Mas ele sempre quis ser bombeiro, sempre foi seu sonho e sua vocação".

Para a mãe do militar, a atual situação dos bombeiros do Rio "mancha" a imagem da corporação.

"Meu neto, por exemplo, de 11 anos, sempre disse que queria ser bombeiro. No entanto, depois de ver o tio nesta situação, dissse que não quer mais, pois dá muita confusão. Estão tratando bombeiros como se fossem bandidos". desabafa.

A mãe afirma que, "por amor à profissão", seu filho, que é guarda-vidas, praticamente "paga para trabalhar":

"Ele ainda não completou três anos na corporação e recebe o salário inicial, de R$ 950. Para sair de casa e ir até a Barra, onde trabalha, sem vale transporte, ele praticamente paga para trabalhar. Com pena, eu às vezes empresto o meu carro. Também comprei seus óculos de sol e pago por seu filtro solar".

Ao criticar Sérgio Cabral, a mãe do militar lembra do discurso do governador durante a formatura do filho:

"Meu filho foi um dos 180 que completaram toda a etapa, que, inicialmente, contava com 4 mil candidatos. Na ocasião, o governador disse que os bombeiros que estavam se formando faziam parte de uma elite. Quanta diferença para o discurso de agora".

Um gupo de bombeiros permanece acampando nas escadarias da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, e diz que só deixa o local após a libertação dos colegas presos.

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