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Rio Muriaé está 23 vezes mais turvo que o normal, diz ANA

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Agência Brasil

RIO - A água do rio Muriaé está 23 vezes mais turva que o normal. A Agência Nacional de Águas (ANA) fez uma avaliação preliminar em Muriaé (MG), uma das cidades cortadas pelo rio, e constatou grande quantidade de resíduos sólidos.

Os materiais, especialmente bauxita, vazaram com o rompimento de uma barragem da empresa Rio Pomba Mineração, na última quarta-feira, e o transformaram num mar de lama.

Segundo o técnico Leonardo Piau, da ANA, a quantidade ideal de sedimentos na água para o abastecimento é de 150 NTU (unidade que mede a turbidez). O nível encontrado no rio Miraí foi de 3.500 NTU. Piau disse que os resíduos não são tóxicos, mas dificultam o tratamento da água:

- O processo de sedimentação é mais demorado quando a água está turva.

O técnico também avaliou a água do município de Itaperuna, no Rio de Janeiro, e constatou que está muito turva. Mas ele não acredita que a lama tenha chegado às águas cariocas:

- Como está chovendo muito na região [Sudeste], é natural que a água do Rio de Janeiro esteja turva também.

Ontem, a captação e tratamento de água foram interrompidos em três municípios do Rio abastecidos pelo rio Muriaé: Laje do Muriaé, São José de Ubá e Itaperuna.

O acidente no rio Miraí deixou pelo menos 100 pessoas desabrigadas (pederam a casa), 4 mil desalojadas (tiveram de deixar a residência temporariamente), provocou desabastecimento de água e ameaça causar um desastre ambiental.

A ANA informa que vai visitar outros municípios abastecidos pelo Muriaé nos próximos dias para chegar a uma avaliação final sobre a qualidade da água.