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Quem não foi festeiro sabia que o jogo seria difícil

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MOSCOU - O melhor momento do Brasil no jogo, do 7º ao 20º minutos do primeiro tempo, repetiu uma estratégia de Tite quando era técnico do Corinthians e enfrentou o Chelsea. A marcação subia até a intermediária e impedia os passes de quem sabe jogar. Sem Ricardo Rodríguez, nem Xhaka, nem Behrami, Akanji podia dar o primeiro toque na bola. Ia errar ou tocar de lado.

Depois do gol de Coutinho, a seleção passou a marcar atrás do meio de campo, e a Suíça melhorou. Vladimir Petkovic liberou os dois laterais ao mesmo tempo e trouxe Behrami para o primeiro passe. A tentativa suíça era de se aproximar da área com cruzamentos. Desde janeiro de 2017, os suíços marcaram 26 gols e 7 nasceram de bolas cruzadas.

Depois do gol, o Brasil mudou a estratégia. Não ficou bom, porque parou de incomodar com jogadas de perigo, exceto uma cabeçada de Thiago Silva, depois de um escanteio, aos 45 da primeira etapa. Alguns defeitos dos amistosos repetiram-se. Como não saber a hora em que é necessário abrir mão da convicção e dar de bico. Marcelo tentou sair jogando e perdeu a bola, na jogada que resultou no escanteio e no gol da Suíça.

Neymar não foi egoísta, mas tentar o drible quando há dois ou três marcadores à sua frente é pedir para perder a bola. A Copa será engarrafada entre duas linhas defensivas com espaço de 8 a 10 metros para os craques jogarem. A exceção será Cristiano Ronaldo, porque Portugal prefere o contra-ataque.

Quem não foi festeiro sabia que o jogo seria difícil. A comissão técnica previa isso. Na véspera, a imprensa suíça imaginava a escalação do ponta Embolo pela direita, para atacar o setor de Marcelo. Cléber Xavier disse que não. “Pela nossa observação, eles vão com o time que empatou com a Espanha.” Acertou em cheio.

Acontece que a Copa do Mundo ocorre no momento de maior equilíbrio na história do futebol mundial. O 20º do ranking ganha do 1º, a Islândia empata com a Argentina, a Austrália dificulta para a França, o México ganha da Alemanha. A Suíça não é a 20ª do ranking. É a 6ª colocada. 

Tite fez questão de lembrar no sábado que nunca uma seleção com sete, seis ou até cinco pontos ficou fora da segunda fase. Embora a informação seja certeira, não é nada bom começar com empate. O Brasil não empatava na estreia desde 1978, quando fez 1 a 1 contra a Suécia. 

O resultado deixa todo mundo mais tenso para o segundo jogo, sexta-feira, (22) contra a Costa Rica.