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Jucá anuncia convenção nacional do MDB para lançar Meirelles candidato

Presidente do partido não abre mão da disputa pelo Planalto: “não participar seria ato de covardia”

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Sem mencionar o nome do pré-candidato Henrique Meirelles, o presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR) convocou os convencionados a apoiar a candidatura própria do partido à Presidência da República. Em vídeo distribuído pelas redes sociais, Jucá anunciou a convenção nacional do partido para o dia 2 de agosto, três dias antes do fim do prazo estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

“Não participar dessa eleição seria um ato de covardia. O MDB, com a sua história e as suas conquistas, não deve e não pode fugir ao debate. Não podemos fazer de conta que nada está acontecendo e ficarmos inertes. Isso seria diminuir e encolher o nosso tamanho e importância”, afirmou Jucá no vídeo, ao referir-se a uma “grave crise política e econômica” que persegue o Brasil há dois anos. Ele não faz referência ao fato de o país ser presidido pelo emedebista Michel Temer.

“Tenho ouvido da grande maioria nos nossos estados o desejo de candidatura própria a presidente. O MDB precisa ser cada vez mais afirmativo e conduzir seu próprio caminho”, prossegue o senador, no vídeo. Ele diz que o MDB é o maior partido do Brasil e, por isso, não pode “se esconder ou se omitir” em um momento em que a sociedade pede mudanças na política. “Não podemos abdicar de nossa posição e seguir outras ideologias, populistas, que já nos fizeram tanto mal”, diz, sem citar a aliança com o PT no governo Dilma Rousseff. 

“Vamos unidos para a convenção do dia 2 de agosto. Vamos reafirmar nosso compromisso com o Brasil”, conclamou. 

Será impossível ao MDB, porém, alcançar a unidade aclamada por Jucá, uma vez que o seu candidato, Meirelles, encontra resistência em muitos diretórios estaduais. Lideram a resistência à candidatura própria figuras importantes do partido, como os senadores Renan Calheiros (AL), Eunício Oliveira (CE) e Roberto Requião (PR). 

Renan Calheiros lançou, inclusive, a tese “MDB Livre”, que defende a posição de neutralidade na convenção partidária, para que o partido faça livremente as alianças regionais. Os que resistem ao nome de Meirelles o acusam de ter “alugado” o partido para realizar o sonho pessoal de ser presidente, sem que haja qualquer compromisso com a legenda. 

Dois são os motivos que fazem Jucá insistir na candidatura própria. Primeiro, a campanha majoritária será totalmente financiada pelo candidato. Ele mesmo já havia anunciado a decisão da Executiva Nacional que coloca como prioridade do partido na campanha de 2018 a ampliação da bancada na Câmara dos Deputados e no Senado. A decisão consta dos critérios para utilização do Fundo Eleitoral, encaminhados pela Executiva ao TSE. Com isso, o partido tornou inviável a candidatura de outro concorrente que não Henrique Meirelles, o único disposto a bancar R$ 70 milhões em campanha. 

O outro motivo são pesquisas recentes que colocam até mesmo o candidato do PT, Fernando Haddad, com 2% nas intenções de voto. A avaliação da equipe de Meirelles é que cai por terra a tese de que há risco de sobrar apenas o candidato de Lula e Jair Bolsonaro para disputar o segundo turno. Haveria, portanto, chances de sua candidatura crescer ao longo da campanha.