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Bradesco Saúde: suspensão de norma de coparticipação surpreendeu, diz presidente

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O presidente da Bradesco Saúde, Manoel Peres, afirmou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender a Resolução Normativa nº 433, que regulamenta as regras de coparticipação e franquia nos planos de saúde, surpreende no âmbito da interferência do órgão no setor de saúde uma vez que se trata de uma norma infralegal.

Às operadoras e seguradoras que atuam no segmento, conforme ele, só resta aguardar um desfecho uma vez que as novas regras sequer entraram em vigor ainda.

"As operadoras, em tese, não têm nada a fazer. Só esperar. É difícil prever o desfecho dessa história. O tema saúde supletiva vem muito em voga nos últimos meses em razão do custo, mas precisa ser debatido em sua integralidade", disse o presidente da Bradesco Saúde, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, durante o Prêmio Finanças Mais, do Estadão/Broadcast.

De acordo com o executivo, o grande debate do setor de saúde na atualidade é a evolução dos custos e os instrumentos e ferramentas usados que visam a intervenção na velocidade da subida dos gastos. A coparticipação, conforme ele, também vai nesta direção.

Peres ressaltou que, em geral, os planos de saúde, conforme ele, já têm algum nível de coparticipação. Na Bradesco Saúde, mais de 50% dos contratos exigem contrapartida do beneficiário que varia entre 20% e 30%. "Esse instrumento tem como propósito auxiliar na redução do custo da assistência", destacou presidente da Bradesco Saúde.

Sobre o impacto de uma retomada mais lenta da economia brasileira no setor de saúde privada, ele disse que o cenário atual tende a postergar mais a recuperação dos beneficiários perdidos durante a crise. O segmento baixou de mais de 50 milhões de usuários em 2014 para pouco mais de 47 milhões ao final de março último, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

"Temos a percepção clara que a velocidade da retomada do setor para um patamar maior de beneficiários vai demorar mais do que se imaginava. Só no ano que vem, passadas as eleições, é que poderemos ter uma visão um pouco mais clara de como será 2019", avaliou Peres.

Ele disse ainda que a greve dos caminhoneiros em maio puxou o índice de sinistralidade do mês para baixo, mas que a tendência é de recuperação ou até mesmo alta do indicador nos períodos subsequentes uma vez que os eventos previstos acabam sendo adiados.