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CPI dos alvarás dos Bombeiros ouve ex-comandante e diretor

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O ex-comandante do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro (CMBERJ) Jorge de Alcântara e o ex-diretor de serviços técnicos da corporação Marco Antônio Filho afirmaram, ontem, que não sabiam do esquema de concessões de alvarás irregulares pela corporação. Os dois eram os titulares dos cargos de chefia da instituição em setembro do ano passado, quando a Operação Ingenium prendeu 30 praças e oficiais suspeitos de operarem o crime. Os coronéis prestaram depoimento na CPI da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que apura denúncia de cobranças de propina para a emissão dos documentos.

“Essa estrutura não chegou aos meus ouvidos em nenhum momento. Eu só tomei conhecimento da situação pela mídia no dia da deflagração da operação”, afirmou Jorge de Alcântara. Atual diretor executivo do Fundo Especial dos Bombeiros, Marco Antônio Filho também afirmou desconhecer a falcatrua: “A notícia me causou perplexidade, porque, para mim, eram pessoas capacitadas que estavam acima de qualquer suspeita”. Marco Antônio ressalvou que, enquanto ocupou a diretoria de Serviços Técnicos dos Bombeiros, encaminhou aos órgãos correcionais da instituição quatro denúncias de condutas ilegais, mas elas não tinham relação com o caso.

Presidente da CPI, a deputada Martha Rocha (PDT) ressaltou o nú mero de presos: “Foram 39 pessoas elencadas no processo e 30 presos. Isso indica que não se tratava de um incidente isolado, mas um esquema estruturado”. A parlamentar pontou também que havia entre os detidos dois assessores diretos de José Alcântara, mas o ex-comandante negou a informação: “A mídia foi covarde ao denominar essas pessoas como meus assessores diretos, insinuando uma eventual participação minha. Eles apenas trabalhavam fisicamente perto de mim”. Alcântara refutou ainda o questionamento feito por Martha Rocha quanto ao fato de ele ter se exonerado do cargo no dia seguinte ao da operação: “O afastamento da função foi uma decisão minha. Eu optei por isso para não ter minha imagem associada ao ocorrido”. O coronel alegou também que os casos apontados pela Operação Ingenium não aconteceram em sua administração, entre 2016 a 2017.

Os ex-diretores de serviço técnico da corporação que ocuparam o cargo no período analisado pelo inquérito do MPF serão convocados para depor pela CPI. Os deputados Paulo Ramos (PDT), Tia Ju (PSC) e Tio Carlos (SDD) participaram da reunião.