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Maioria dos presidenciáveis não tem palanque garantido em suas áreas

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A cinco meses das eleições, a maioria dos presidenciáveis não tem assegurada alianças competitivas que lhes proporcionem ampla visibilidade e expectativa de vitória em seus redutos. Nove dos 14 pré-candidatos citados em pesquisas de intenção de voto contam com nomes de seus partidos para a disputa em seus estados natal, mas com poucas chances de vitória. 

Apesar de não ter conseguido unir o PSDB paulista em torno do nome do ex-prefeito da capital João Doria, o presidenciável tucano, Geraldo Alckmin, é o único que tem um correligionário liderando as pesquisas de intenção de voto em seu reduto eleitoral. O ex-governador ainda conta com o apoio formal de Márcio França (PSB), que o sucedeu no Palácio dos Bandeirantes. 

Se antes era visto como um problema, o palanque duplo de Alckmin em São Paulo figura agora como vantagem, quando comparado com a situação de seus adversários. Além de Alckmin, os pré-candidatos que já asseguraram palanques eletrônicos em seus estados são Guilherme Boulos (PSOL), Manuela D’Ávila (PCdoB) e Marina Silva (Rede). Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT) são os que enfrentam as situações mais complexas em seus estados. 

Nos dois casos, os presidenciáveis terão de negociar alianças para ter suas imagens e seus nomes expostos no horário eleitoral reservado para os candidatos ao governo. Responsável pela articulação de Ciro no Nordeste, o deputado federal André Figueiredo (PDT-CE) admite que o partido trabalha para assegurar alianças na Região - na Bahia, no Piauí, no Ceará e no Acre, essa composição se dará com o PT, mas essa estratégia, segundo ele, vale apenas para o segundo turno. “Com Lula candidato, teríamos, talvez, um problema maior. Caso contrário, esse problema será superado”, disse. 

Para pesquisadores, a ausência de candidatos aos governos estaduais que apoiem o presidenciável pode ser um fator complicador. “Prejudica muito, porque os estados formam a base da campanha do candidato à Presidência”, disse o professor David Fleischer, do Instituto de Ciência Política (Ipol) da Universidade de Brasília (UnB). “A falta de base afeta ainda mais Bolsonaro se Lula não for candidato: Bolsonaro vai ficar sem assunto, porque ele é o candidato anti-Lula”, completa Fleischer.