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Tarcísio se diz mais próximo do eleitor

Candidato do Psol ao governo do Rio, considera-se mais experiente

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Apontado como ‘fenômeno’ da esquerda carioca nas eleições para governador do Estado em 2014 e para a Câmara dos Vereadores em 2016, quando se elegeu com mais de 90 mil votos, o vereador Tarcísio Motta, do PSOL, prepara-se para concorrer pela segunda vez ao Palácio Guanabara. Desta vez, menos ingênuo do que em 2014, o professor licenciado do Colégio Pedro II e ex-diretor do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) não tem poupado críticas ao governador Luiz Fernando Pezão, ao prefeito Marcello Crivela e ao senador petista Lindbergh Farias. 

Em entrevista ao JB, ele afirma que “há hoje um Tarcísio conhecido e ainda mais próximo da população, mas que também está mais experiente e com maior conhecimento e vivência, com quatro anos há mais de experiência e de vida pública, e com  um ano de Parlamento”.  Mesmo assim, o pré-candidato do PSOL admite que tem pela frente o desafio de enfrentar uma eleição em que é grande o descrédito da população na política e nos políticos devido aos escândalos de corrupção  que levaram para a cadeia os ex-governadores Sérgio Cabral, Rosinha Matheus e Anthony Garotinho. Ele cita também o enfraquecimento do PT, com a prisão de Lula, e o desgaste do PMDB. 

Segundo ele, o pleito será marcado por uma diversidade de candidatos e forte polarização política e, nesse contexto, o PSOL terá mais chance de se diferenciar. “Vamos enfrentar uma eleição em que muitos vão tentar se apresentar como novo, o diferente, mas é gente que esteve envolvida nessas maracutaias e máfias que levaram o Rio para esse buraco”, explica. 

Mesmo com a esquerda unida em prol da defesa do ex-presidente Lula, Tarcísio descarta a possibilidade de uma candidatura única, com a união dos partidos de esquerda no primeiro turno. Explica que cada partido tem seus “projetos e programas diferentes”. No entanto, uma aproximação poderá acontecer no segundo turno. 

O pré-candidato do PSOL antecipa que vai apresentar projetos em relação a dois temas importantes na atual situação do estado: a economia e a segurança pública. Em sua opinião, o Estado tem um crise não por causa das despesas, mas sim devido às receitas. O que precisamos é mobilizar uma série de recursos para que o Rio possa ter mais receita”. 

Sua principal proposta é o incentivo às atividades econômicas que gerem emprego, renda e o combate à desigualdade social. “A crise econômica não se resolve com as velhas práticas de arrocho, de contenção e diminuição das políticas públicas. Não se resolve com corte de salário de servidor, não se resolve na ponta da despesa, mas, sim, da receita”. 

Outra bandeira levantada é a renegociação das dívidas do Estado com o governo federal. Ele ressalta que a solução não é vender a única empresa que dá lucro. “Não vamos vender a Cedae e não vamos cumprir esse acordo, nós vamos refazer este acordo sobre outras bases. É preciso negociar enfrentando a máfia do capital financeiro”, garante Tarcísio. 

Ele ressalta que, apesar da crise, o orçamento para Segurança tem subido a cada ano. “São cerca de R$ 9 bilhões ao ano. Mas o dinheiro investido em inteligência, em tecnologia da informação, só cai. Se investe em compra de armas, mas não se investe no fundamental que são as pessoas, na formação, na inteligência e na investigação. Estamos enxugando gelo e derramando sangue”, diz. Na segurança pública, o principal ponto, afirma, é estabelecer uma política de preservação da vida, e não apenas de confronto. “Nós temos a polícia que mais mata e também a que mais morre, algo está errado nessa conta”.