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Jucá nega que novo ministério seja para enfraquecer a PF

Corporação deixaria de ficar subordinada ao Ministério da Justiça e iria para nova pasta

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O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), negou nesta quinta-feira (15) que a criação do Ministério da Segurança Pública tenha o objetivo de enfraquecer a Polícia Federal, que deixaria de ficar subordinada ao Ministério da Justiça para ficar sob o comando da nova pasta.

“Na hora que se criar o ministério, os órgãos que dizem respeito à segurança deverão estar engajados neste ministério. As questões de Justiça continuariam a ser tratadas pelo Ministério da Justiça. Nós estamos falando de ações de repressão, investigação e informação no tocante à segurança pública. Portanto, a PF tem dois papéis, o de polícia judiciária e de segurança pública, para intervenção direta pró-segurança. Esses papeis são distintos e teriam áreas distintas de atuação”, disse o senador, em entrevista no Congresso Nacional.

Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso decidiu intimar o diretor-geral da PF, Fernando Segóvia, após fazer comentários a respeito de um inquérito em andamento que investiga o presidente Michel Temer. Segundo Jucá, a discussão sobre segurança pública não diz respeito às declarações relacionadas ao inquérito da Justiça.

>> Delegados da PF rechaçam "interferência"

De acordo com o líder, ainda não há uma definição de Temer sobre a criação do ministério. O parlamentar ressaltou, porém, que o governo está analisando com “muita atenção e foco” a situação da segurança no Brasil, considerada por ele um “drama emergencial” das cidades brasileiras.

“O presidente Temer quer enfrentar esse drama. Como? Com secretarias, ministério, ações concretas, atuação de fundos não contingenciáveis como se fez agora tanto com o [sistema] penitenciário como o de segurança”, disse, referindo-se a projetos que devem ser votados nas próximas semanas pelo Congresso.

Segundo o senador Romero Jucá, o debate sobre o tema não é uma tentativa do governo de criar uma imagem positiva e uma nova agenda além da reforma da Previdência. Assim como têm sinalizado outros ministros, Romero Jucá ressaltou que a decisão final sobre a votação da proposta que muda regras para a aposentadoria é da presidência da Câmara.

“A reforma da Previdência terá que ser votada porque é uma emergência fiscal brasileira. Se vai ser agora, depois das eleições ou no próximo governo, tem que ser enfrentada. Se não se puder votar agora, que se mude a pauta, se votem outras questões importantes e deixe para o momento propício onde houver maioria, para se aprovar esse tema. Mas num determinado momento, isso terá que ser votado. O país não pode fugir desse enfrentamento”.

Da Agência Brasil