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Cristiane Brasil diz que sofre "campanha difamatória" e pede rapidez ao STF

"Não devo mais nada à Justiça Trabalhista. Estou sendo julgada política e não juridicamente"

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A deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) afirmou nesta segunda-feira (5), por meio de nota, que está sendo vítima de um julgamento político. Ela ainda pediu à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, celeridade na análise dos questionamentos jurídicos que têm sido feitos à sua nomeação para o Ministério do Trabalho. A deputada afirmou que sofre "campanha difamatória" e que vai continuar se esforçando para provar que não cometeu "nenhuma ilicitude".

Há duas semanas, Cármen Lúcia acolheu, em regime de plantão do Judiciário, um pedido para que a posse de Cristiane Brasil não ocorresse, mesmo após autorização do Superior Tribunal de Justiça. A ministra deferiu parcialmente a liminar, suspendendo a investidura no cargo, até que novas informações sejam coletadas.

"Não devo mais nada à Justiça Trabalhista. Estou sendo julgada política [politicamente], e não juridicamente. Tenho a ficha limpa. Mas, infelizmente, o meu julgamento superou essa esfera. Preciso que o STF decida essa questão, para que eu possa seguir minha vida política", pediu a deputada.

Indicada pelo presidente Michel Temer há pouco mais de um mês para o cargo, Cristiane Brasil não tomou posse até hoje devido a uma série de decisões liminares, da primeira e segunda instâncias. O Judiciário foi provocado por uma ação popular de três advogados que questionam se Cristiane Brasil tem moral para assumir o ministério após ter sido condenada pela Justiça do Trabalho por não assinar a carteira de trabalho de dois motoristas.

Por meio do Twitter, o pai da deputada, Roberto Jefferson, que é o presidente do PTB, disse que a posse de Cristiane é legítima. "Por que destruir a vida política promissora de uma pessoa dedicada em tudo que faz e que está preparada para exercer o cargo de ministra?", escreveu Jefferson, durante o fim de semana.

Nesta segunda-feira (5), Jefferson compartilhou uma reportagem em que a maioria dos deputados petebistas afirmam que o Palácio do Planalto tem de insistir na posse. Mais cedo, o secretário de Governo, ministro Carlos Marun, reafirmou que o governo não vai recuar da disposição de defender a nomeação de Cristiane Brasil para o posto.

Deputada enfrenta denúncias envolvendo associação com tráfico e pedido de votos a servidores

Cristiane Brasil viu seu nome envolvido em novas denúncias neste final de semana. No sábado (3), O Estado de S. Paulo revelou que a deputada é investigada em inquérito que apura suposta associação com o tráfico de drogas. No domingo (4), o Fantástico divulgou gravação de 2014, na qual a parlamentar, então Secretaria Especial do Envelhecimento Saudável e da Qualidade de Vida da Prefeitura do Rio, pede votos a funcionários da pasta para se eleger deputada federal pelo PTB. 

No fim de semana, a assessoria da deputada divulgou nota informando que o referido inquérito sobre associação ao tráfico foi aberto baseado em uma denúncia anônima durante a campanha eleitoral de 2010, ano em que Cristine sequer foi candidata. “A deputada afirma que não foi ouvida no inquérito e nega veementemente que teve contato com qualquer criminoso”, diz o texto. 

Veja a íntegra da nota divulgada nesta segunda-feira por Cristiane Brasil: 

Nota à Imprensa

Venho sofrendo uma campanha difamatória que busca impedir minha posse no Ministério do Trabalho. Peço, respeitosamente, à ministra Cármen Lúcia que julgue o mais rápido possível essa questão, baseada na existência de duas ações trabalhistas que tive no passado. Não devo mais nada à Justiça Trabalhista. Estou sendo julgada política e não juridicamente. Tenho a ficha limpa. Mas, infelizmente, o meu julgamento superou essa esfera. Preciso que o STF decida essa questão, para que eu possa seguir minha vida política. Seguirei não poupando esforços para provar que não cometi nenhuma ilicitude.

Deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ)

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Com Agência Brasil