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É ato privativo do presidente, diz Temer sobre nomeação de Cristiane Brasil

Presidente destaca a separação dos poderes, mas diz que aguarda a decisão do Judiciário

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O presidente Michel Temer (MDB) comentou, na manhã desta sexta-feira (2), sobre o impasse da nomeação da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra da Trabalho. "Espero a decisão do Judiciário. Sou muito atento à separação de funções estatais. Como Executivo, eu não invado a competência de outros poderes. Também sou obediente à Constituição, que conferiu ao presidente da República o direito privativo de nomear ministro de Estado. Espero a decisão final, mas confio que ainda haverá obediência à competência", disse o presidente, em entrevista à Rádio Jornal do Recife, destacando que a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, é uma "eminente constitucionalista".

Cristiane, filha do presidente do PTB, Roberto Jefferson, foi escolhida por Temer para assumir a pasta do Trabalho, mas não tomou posse por decisão da Justiça, já que ela é condenada em ações trabalhistas. O argumento é de que ela  não atende ao requisito da moralidade administrativa, previsto na Constituição. Atualmente, o caso está no Supremo Tribunal Federal (STF).

Previdência

Temer também reforçou a importância da aprovação da reforma da Previdência. "É preciso um certo fechamento dessas reformas, com a da Previdência. Não é para o meu governo. Eu aguento a Previdência [sem reforma]. Houve um déficit de R$ 268 bilhões em 2017. A tendência é aumentar neste ano. Mas o meu governo aguenta. O que não vai aguentar são os próximos", reforçou Temer, acrescentando que as mudanças propostas vão preservar os direitos de aposentados, pensionistas e servidores públicos. "Nós estamos pensando no aposentado, no servidor, para não acontecer o que está acontecendo em muitos estados brasileiros. Não há pagamento de aposentados, a servidores, há atrasos. Ou o que aconteceu em vários países, que tiveram que cortar pensões, vencimentos dos servidores."

Bolsa família

Temer comentou também o futuro do programa Bolsa Família. Apesar de ter aumentado o número de famílias assistidas pelo benefício, ele destacou que pretende dar condições para que os filhos das pessoas assistidas trabalhem e, com isso, possam sair do programa. "Nosso ideal não é manter as pessoas indefinidamente no Bolsa Família".