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Delegado avalia pedir perícia em imagens de cadeia onde estava Garotinho

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O sistema de imagens da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, onde estava o ex-governador Anthony Garotinho antes de ser transferido para o Complexo Penitenciário de Bangu, poderá passar por perícia técnica. A hipótese foi levantada nesta segunda-feira (27) pelo delegado Wellington Vieira, da 21ª Delegacia de Polícia, que está investigando o caso.

Garotinho alegou que, na madrugada da última sexta-feira (24), um homem entrou em sua cela e o agrediu com um bastão de madeira, além de pisar em seu pé, deixando hematomas. De acordo com Garotinho, o homem que invadiu sua cela teria afirmado: “Você gosta muito de falar, não é?”.  O ex-governador chegou a ser atendido na cadeia pelo ex-secretário de Saúde do Rio, Sérgio Côrtes, que também está preso.

O delegado ouviu os agentes carcerários que atenderam Garotinho na madrugada e ressaltou que a missão da Polícia Civil é apurar a verdade. “Nós vamos fazer uma investigação técnica, com oitivas das pessoas, vamos ouvir inclusive alguns presos, como aquele que prestou atendimento, o ex-secretário de Saúde. Vamos analisar as imagens, que ainda não chegaram à Polícia Civil, e não está descartada uma perícia nessas imagens e também no local onde as imagens foram feitas”, disse o delegado.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) negou a agressão a Garotinho e disse que o fato não teria sido registrado pelo sistema de câmeras do presídio. A defesa de Garotinho vai pedir a perícia no equipamento, para saber se alguma imagem foi apagada.

Em Benfica estão presos o ex-governador Sérgio Cabral, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani, os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB, além de ex-secretários e assessores do governo de Cabral. Todos são desafetos políticos de Garotinho, que os denunciou várias vezes, inclusive tendo divulgado a famosa foto dos guardanapos na cabeça, em um restaurante em Paris.

Garotinho e a sua mulher, a também ex-governadora Rosinha Garotinho, foram presos na semana passada pela Polícia Federal acusados da prática dos crimes de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais.

Transferência

Garotinho foi transferido para o presídio de Bangu após relatar a agressão. A transferência  foi autorizada pela Vara de Execuções Penais. Garotinho foi preso pela Polícia Federal na quarta-feira (22). A conhecida foto de membros do grupo de Sérgio Cabral com guardanapos na cabeça, em um restaurante em Paris, foi divulgada à imprensa por Garotinho.

Na ocasião de sua prisão, Garotinho divulgou nota afirmando que estava sendo perseguido "por denunciar esquema de Cabral na Alerj". A operação seria "mais um capítulo da perseguição que vem sofrendo desde que denunciou o esquema do governo Cabral na Assembleia Legislativa e as irregularidades praticadas pelo desembargador Luiz Zveiter."

Na nota, a assessoria destaca que ele "foi alertado por um agente penitenciário a respeito de uma reunião entre Sergio Cabral e Jorge Picciani, durante a primeira prisão do deputado em Benfica. Na ocasião, o presidente da Alerj teria afirmado que iria dar um tiro na cara de Garotinho."

>> Ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho são presos pela PF

Veja a nota publicada no blog de Garotinho:   

Querem calar o Garotinho mais uma vez

Nota oficial

O ex-governador Anthony Garotinho atribui a operação de hoje a mais um capítulo da perseguição que vem sofrendo desde que denunciou o esquema do governo Cabral na Assembleia Legislativa e as irregularidades praticadas pelo desembargador Luiz Zveiter. 

O ex-governador afirma que tanto isso é verdade que quem assina o seu pedido de prisão é o juiz Glaucenir de Oliveira, o mesmo que decretou a primeira prisão de Garotinho, no ano passado, logo após ele ter denunciado Zveiter à Procuradoria Geral da República. 

Garotinho afirma ainda que nem ele nem nenhum dos acusados cometeu crime algum e, conforme disse ontem no seu programa de rádio, foi alertado por um agente penitenciário a respeito de uma reunião entre Sergio Cabral e Jorge Picciani, durante a primeira prisão do deputado em Benfica. Na ocasião, o presidente da Alerj teria afirmado que iria dar um tiro na cara de Garotinho. 

Agora, a ordem de prisão do juiz Glaucenir é para que Garotinho vá com sua esposa para Benfica, justamente onde estão os presos da Lava Jato. 

Cabe frisar que essa a operação à qual Garotinho e Rosinha respondem não tem relação alguma com a Lava Jato. 

Assessoria de Garotinho e Rosinha

Com Agência Brasil