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'Bloomberg': Wall Street brasileira intensifica mergulho na política

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Grandes nomes do mundo corporativo e financeiro do Brasil, que estariam "frustrados" com os anos de "mal-estar econômico", ganham mais espaço na política conforme as eleições de 2018 se aproximam, escreve Bruce Douglas na Bloomberg. Douglas destaca a participação de nomes como Gustavo Franco e Armínio Fraga neste movimento, para traçar a tentativa de uma parte do mercado de conferir um novo rosto para a política brasileira. 

Bruce Douglas apresenta Gustavo Franco como "um dos arquitetos do histórico programa de estabilização econômica do país, conhecido como Plano Real, que recentemente entrou para o Partido Novo -- um defensor do mercado livre fundado por um banqueiro proeminente". Já Armínio Fraga é colocado como o "sucessor de Franco no Banco Central, que está apoiando o Renova", um tipo de escola de formação para futuros políticos. 

O movimento RenovaBR foi lançado em outubro, com o objetivo de "renovar a política brasileira". Ele também é apoiado pelo apresentador de TV e provável candidato Luciano Huck, e grandes doadores que ajudam a financiar o treinamento de seis meses para 150 candidatos à política. O curso tem início em janeiro, com a expectativa de que pelo menos alguns deles disputem um espaço no Congresso ou nas administrações estaduais. 

"Partidos liberais com uma explícita agenda de redução do Estado no mercado continuam a ser, comparativamente, uma raridade em um país que continua a ser altamente protecionista", escreve a Blomberg

Joao Amoedo, membro do Conselho do banco Itau e a esperança do partido Novo, contudo, aponta à publicação um aumento no "apetite" pela mensagem de livre mercado do partido. "A privatização não é mais um mundo proibido", diz Amoedo. "Muita gente ainda acredita que porque o Brasil é um grande país ele necessita de uma presença grande do Estado. Eu digo o contrário: nós somos um país pobre porque o Estado é muito grande."

A publicação cita Eduardo Mufarej, "a mente por trás do Renova", que defende que a população brasileira está desapontada com o establishment político, e que por isto "amaria ver que há novas pessoas em quem votar".

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