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'Clarín': Será difícil Temer superar erosão de sua figura após segunda acusação 

Jornal diz que resultado da votação influenciará economia do país

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Matéria publicada nesta quarta-feira (18) pelo jornal argentino Clarín analisa as consequências que o Brasil sofrerá após a segunda acusação contra o presidente Michel Temer. 

A Câmara dos Deputados votará, possivelmente na próxima semana, sobre o futuro do presidente. A declaração de um antigo aliado do governo o complica. De qualquer forma, eu teria os votos para evitar um julgamento.

"Tudo está indo bem" e "nada impede meu governo", disse o presidente do Brasil, Michel Temer, questionado pelos repórteres na terça-feira sobre votação na Câmara dos Deputados, onde será decidido se nova acusação deve ser arquivada ou não. 

Para o Palácio do Planalto, o presidente teria votos suficientes (um total de 171) para evitar que o caso seja iniciado, mas também se presume que haverá um alto custo político e uma influência sobre a economia. Por enquanto, presume-se que o governo não terá mais a maioria necessária no Congresso para aprovar a segunda grande lei que o estabelecimento exige: reforma do sistema de pensões. Se assim for, esse projeto permanecerá para a próxima administração, que será  eleita em outubro de 2018, para resolver o nó de "um sistema de segurança social insustentável", conforme definido pelas autoridades econômicas.

A verdade é que o presidente terá dificuldade em superar a erosão de sua figura após a segunda acusação contra ele, formulada pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Além disso, após o último fim de semana divulgada publicamente vídeos com a denúncia do homem que era o "operador" financeira de Temer e seu grupo (a cúpula do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, ou PMDB). Este é Lucio Funaro, sobrinho do ex-ministro das Finanças Dilson Funaro (1985-1987). 

Temer procurou reverter o dano causado pela publicação desses vídeos, em que Lucio Funaro conta a justiça com detalhes sobre a distribuição de dinheiro ilegal entre as cabeças do PMDB. E para isso ele enviou uma carta ao Parlamento em que ele afirma que ele foi vítima de "uma conspiração". Ele o enviou na última segunda-feira como um argumento de defesa perante a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Baixa.

Esta comissão deve votar entre quarta e quinta-feira o relatório que irá então ao plenário desse órgão. Em princípio, Temer deve ter os "favores" dos deputados dessa comissão, composta por 66 legisladores. Foi o que ele disse aos jornalistas que o entrevistaram de passagem: "Estou calmo."

>> Clarín