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CCJ debate parecer que trata de denúncia contra Temer. Acompanhe

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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara voltou a debater, na tarde desta quarta-feira (18), o parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) referente à denúncia contra o presidente Michel Temer e os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco.

Segundo o presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), o colegiado colocará o parecer em votação logo após a conclusão das discussões sobre a peça. A lista de deputados inscritos tem ainda nove nomes, mas outros parlamentares poderão se inscrever. O relator da denúncia recomendou a inadmissibilidade da peça apresentada pela Procuradoria-Geral da República - PGR.

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Após mais de 10 horas de discussão, 47 deputados se posicionaram sobre a denúncia nesta terça-feira (17). Após a conclusão dos debates, o relator da denúncia ainda terá mais 20 minutos para se manifestar sobre o parecer. Os advogados dos três denunciados também terão o mesmo tempo para se pronunciar.

A expectativa do presidente da comissão é colocar o parecer de Andrada em votação na tarde desta quarta-feira. Dessa forma, o relatório já poderá ser analisado pelo plenário da Câmara na próxima semana.

Oposição

Primeiro inscrito, o deputado Pompeu de Matos (PDT-RS) defendeu a continuidade da denúncia. Para ele, o governo tem uma pauta de privatizações e piora direitos trabalhistas. “Há denúncias graves, e uma pauta que piora a situação dos mais pobres. Não podemos manter esse status quo”, disse.

Outro deputado da oposição, mas que não tem cadeira na CCJ, Paulo Pimenta (PT-RS) falou durante 10 minutos, apontando Temer como o chefe da organização criminosa que vem sendo investigado pelo Ministério Público Federal (MPF). Pimenta disse que há inúmeros indícios para que a comissão leve adiante a denúncia contra o presidente da República.

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Votação será nominal

Temer é acusado de tentativa de obstrução de justiça e liderança de uma organização criminosa. A acusação só poderá ser investigada pelo Supremo Tribunal Federal se autorizada pela Câmara dos Deputados.

A votação do parecer de Andrada será nominal. Para que o documento seja aprovado, são necessários os votos de no mínimo 34 deputados, metade mais um dos membros da CCJ.

A análise no plenário da Câmara também será nominal e, para que seja autorizada a instauração do processo de investigação, são necessários os votos de pelo menos 342 deputados, ou seja, dois terços da Casa.

Mais prazo 

Rodrigo Pacheco chegou a requerer ao presidente da Casa, Rodrigo Maia, a prorrogação por mais três sessões para o colegiado discutir e votar o parecer. O pedido foi feito como medida de precaução. 

O Regimento Interno da Câmara estabelece um prazo de cinco sessões plenárias da Casa, a partir da apresentação da defesa, para que a CCJ conclua seus trabalhos votando parecer sobre a denúncia, que será encaminhado à votação final no plenário da Câmara. As defesas do presidente Temer e dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), que também foram denunciados, foram apresentadas no último dia 4. De lá para cá, foram realizadas sessões da Câmara, que serviram para contagem de prazos, nos dias 5, 9, 10, 11 e 17 de outubro.

Com Agência Brasil