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Senado que "arque com consequências políticas" em afastamento de Aécio, diz Moraes

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Sorteado para julgar o mandado de segurança para que a votação do afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) seja aberta e nominal, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta segunda-feira (15) que o Senado terá que arcar com as "consequências políticas" de sua futura decisão.

"Quem definiu a regra do jogo interpretando a Constituição foi o STF. Agora isso está no âmbito do Senado. O Senado vote - se futuramente for à Câmara, que vote - e daí arque com as consequências políticas disso. Juridicamente, quem definiu se isso é possível ou não foi o STF", afirmou Moraes, em evento do 21º Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas.

Na semana passada, o Plenário do STF decidiu, por 6 votos a 5, que não compete à Corte Suprema julgar o afastamento de Aécio do cargo, que havia sido suspenso de seu mandato parlamentar pela Primeira Turma do próprio STF. Ao denunciar Aécio Neves ao Supremo, com base nas delações de executivos da JBS, o então procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu a prisão do senador tucano. O STF, inicialmente, aplicou uma pena mais branda, que foi o afastamento do mandato.

Nos últimos dias, aliados de Aécio Neves passaram a cogitar a possibilidade de realizar uma votação secreta no Plenário do Senado, com o objetivo de não expor parlamentares que queiram manter o tucano na Casa. A base governista avalia que a permanência de Aécio ajuda a manter coeso o grupo parlamentar que pode salvar o presidente Michel Temer da denúncia que será votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e, depois, pelos deputados em plenário.