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CPMI da JBS aprova quebra de sigilo de Miller, Ricardo Saud e Joesley Batista

Comissão vai pedir informações ao BNDES sobre contratos com a empresa

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Em reunião na tarde desta terça-feira (26), a CPMI da JBS aprovou uma série de requerimentos com pedidos de informação e quebra de sigilos telefônico e bancário.

Um dos requerimentos solicita ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) o levantamento detalhado de todos os empréstimos feitos ao Grupo J&F, que controla a empresa JBS. Outro requerimento aprovado pede ao BNDES cópias de todas as transações financeiras com a JBS ou com a J&F, entre os anos de 2007 e 2016.

A CPMI também aprovou a transferência dos sigilos bancário, telefônico e do e-mail do ex-procurador da República Marcello Miller – que deixou o cargo para atuar em um escritório que negociou a delação da JBS com a Procuradoria Geral da República (PGR).

Também foi aprovado o requerimento que pede os dados das ligações telefônicas, a partir de janeiro de 2015, de Ricardo Saud e Joesley Batista, ambos do grupo JBS.

Oitivas

O presidente da comissão, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), informou que marcou para a próxima terça-feira (3), às 9 horas, a oitiva do ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho. Para o mesmo dia e horário, está marcada também o depoimento de Márcio Lobo, advogado dos acionistas minoritários da JBS.

Para quarta-feira (4), às 9 horas, está marcada a oitiva do advogado da JBS, Willer Tomaz, e do procurador do Ministério Público Federal Angelo Goulart Vilela. Conforme a justificativa do requerimento, Vilela foi acusado de ter atuado como infiltrado na força-tarefa da Operação Greenfield, em troca do recebimento de suborno com origem na empresa JBS.

Os depoimentos estavam marcados, inicialmente, para esta semana. No entanto, por problemas de agenda dos convocados, houve a necessidade de remarcação para a semana que vem.

Quarentena

Ataídes também anunciou a apresentação de um projeto (PLS 341/17) para regulamentar a quarentena para ex-magistrados e ex-membros do Ministério Público. Pela proposta do senador, juízes e procuradores terão de ficar três anos sem exercer a advocacia depois de deixarem seus cargos públicos.

O objetivo é evitar o uso de informações privilegiadas no exercício profissional. Se já existisse essa lei, argumentou Ataídes, não haveria o caso do ex-procurador Marcello Miller. “Não há razão para essa matéria já não ter sido regulamentada. Não podemos continuar caminhando na contramão dos fatos”, declarou Ataídes Oliveira, acrescentando que vai pedir urgência para seu projeto.

A CPMI, composta por 17 senadores e 17 deputados, foi criada para investigar supostas irregularidades envolvendo a empresa JBS em operações realizadas com o BNDES, ocorridas entre os anos de 2007 e 2016. O acordo entre a PGR e a JBS também é objeto de investigação da comissão.

Com Agência Câmara