O jornal Financial Times publicou nesta sexta-feira (15) uma matéria sobre a nova acusação de corrupção que pesa sob o presidente do Brasil Michel temer.
O diário destaca que o chefe de Estado foi acusado pela segunda vez em três meses. Promotores alegam que ele liderou um esquema de corrupção política que gerou R$ 587 milhões em fundos ilícitos ao longo dos últimos 11 anos.
O procurador-chefe Rodrigo Janot também alegou na acusação de 245 páginas que o presidente havia procurado obstruir a justiça ao autorizar o pagamento de dinheiro para silenciar possíveis testemunhas de seus vários esquemas.
"Michel Temer é acusado de ter agido como líder da organização criminosa", disse o Ministério Público em uma nota sobre a acusação, que foi arquivada junto do Supremo Tribunal.
O Sr. Temer nega veementemente as irregularidades. Em uma declaração mais cedo nesta semana, quando Janot estava preparando a acusação, o escritório do Sr. Temer criticou o que disse que era um alcance judicial que "chega até a tentativa de condenar pessoas". . . sem concluir uma investigação, sem verificar a verdade, sem verificar a existência de evidências reais ".
A acusação, que só pode ser ouvida pelo tribunal supremo com permissão do congresso, surge quando o Brasil está emergindo de sua pior recessão na história e está se preparando para as eleições no ano que vem, ressalta Times em seu texto.
Temer, que chegou ao poder pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff no ano passado, é impopular com os eleitores, mas ganhou o apoio de mercados e negócios com um ambicioso programa de reforma econômica, afirma FT.
"A segunda acusação do Ministério Público provavelmente não prosperará e deve ter o mesmo destino que a primeira", disse Thiago de Aragão, consultor político da Arko Advice em Brasília.