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E-mail indicaria que advogados da JBS pagaram passagem para Miller

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Um e-mail trocado entre Marcello Miller e a advogada Esther Flesch indica que o escritório Trench, Rosse e Watanabe Advogados, que defendia a JBS, pagou uma passagem aérea para Miller enquanto ele ainda era procurador e antes mesmo até do pedido de exoneração do cargo. O e-mail trata da emissão de passagens no valor de R$ 1.106,85 de ida e volta entre Rio de Janeiro e São Paulo no dia 13 de fevereiro deste ano. Miller só pediu para deixar o cargo em 23 de fevereiro e somente em 5 de abril foi efetivamente exonerado. 

O e-mail que trata da passagem aérea foi anexado junto com uma resposta enviada por Miller a Flesch no dia 14 de fevereiro com o título "sobre o caso que discutimos ontem". No e-mail, Miller fala sobre aspectos técnicos de ações que o Ministério Público de São Paulo movia contra a JBS por improbidade por questões concorrenciais.

Miller destaca que, como a prática da empresa era nacional, seria possível deslocar a competência para o Ministério Público Federal. Faz ainda uma análise crítica para a advogada sobre colegas do Ministério Público de São Paulo: "nenhum deles tem reputação conspícua, seja por trabalhar demais, seja por querer aparecer demais".

A resposta do então procurador foi dada justamente no e-mail que trata da passagem. Enviada a ele por Flesch no dia 10 de fevereiro, a passagem prevê o deslocamento entre Rio e SP no dia 13 com a saída do aeroporto Santos Dumont às 7h45m e o retorno com partida do aeroporto de Congonhas às 14h. A advogada havia recebido o bilhete de outra funcionária do escritório.