Nesta segunda-feira (21) o jornal francês Le Monde traz em sua versão impressa um matéria de quase página inteira onde analisa a carava de Luis Inácio Lula da Silva pelo Nordeste do Brasil.
No texto, a dúvida sobre se a viagem é "um retorno do líder ou uma despedida, como um grande adeus”.
Para Monde, nem ele sabe ao acerto, apesar de uma expressiva acolhida nas cidades da Bahia, onde ele diz ter sido recebido como "um Deus".
O "velho leão" como se refere a correspondente do diário francês ao ex-presidente, que esteve presente em dois comícios, mesmo condenado a nove anos de prisão em julho passado, por corrupção e lavagem de dinheiro, começou na Bahia a sua provável última turnê pelo país antes de passar o bastão ao ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, considerado outro nome forte do Partido dos Trabalhadores (PT) para as eleições presidenciais.
Le Monde diz que em seu discurso, o ex-presidente exaltou "um passado abençoado, próspero, transbordante de petróleo com o qual os brasileiros adorariam se reconectar".
O noticiário destaca como Lula ainda "tenta reacender a batalha entre o povo e as elites", durante seu discurso. Ao invés de citar opositores políticos, Lula teria falado várias vezes em "golpe" ao se referir ao processo de impeachment sofrido por Dilma Rousseff.
O vespertino analisa se o país ainda pode sonhar com todo o passado que Lula descreve, e diz que seria como apagar o desencantamento sobre a corrupção, as traições e todos os erros acumulados nos 13 anos de governo do PT.
Le Monde entrevistou simpatizantes e adversários do ex-presidente entre a multidão que se reuniu para recebê-lo no Estádio Fonte Nova, em Salvador. Enquanto seus simpatizantes descreveram como Lula mudou suas vidas, durante os oito anos em que esteve no poder, os adversários pediam uma intervenção militar para acabar com o evento, finaliza.