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'NYT': Peru alerta sobre novo ponto de droga em fronteira com Brasil e Colômbia

Jornal conta que ministro peruano se precoupa com provável aliança com as Farc

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Matéria publicada nesta sexta-feira (18) pelo jornal norte-americano The New York Times conta que o ministro da Defesa do Peru descobriu um novo produtor de cocaína que está se arraigando no país perto da fronteira com Colômbia e Brasil, e as autoridades locais estão preocupadas com sua ligação com as FARC e os traficantes de drogas. 

A produção de coca e distribuição de cocaína estão se expandindo na região tripla fronteiriça, principalmente porque o Peru intensificou esforços para reprimir os traficantes de drogas no Vraem, onde mais de metade da cocaína peruana é produzida, disse o ministro da Defesa, Jorge Nieto.

"Se formos bem sucedidos em um lugar, eles vão para outro lugar", disse Nieto em entrevista coletiva com meios de comunicação estrangeiros, lamentando o que ele chamou de "efeito barata".

O Peru e a Colômbia são os dois principais produtores de cocaína do mundo e o cultivo de coca na região fronteiriça Colômbia-Brasil triplicou para cerca de 20 mil hectares nos últimos anos, de acordo com um relatório deste ano pela agência de drogas peruana Devida.

"Nós temos uma situação muito complicada lá", disse Nieto.

A produção de cocaína na região ainda não está na escala do Vraem, disse Nieto, mas o Peru se preocupa que estes guerrilheiros das Farc que se recusaram a entregar suas armas podem se aventurar no crescente comércio de drogas lá.

Cerca de 7.000 rebeldes das FARC se desmobilizaram como parte de um acordo de paz com o governo colombiano. Mas algumas unidades se recusaram a entregar as armas e devem continuar envolvidas em atividades ilegais, explica New York Times.

"Estas são pessoas que foram treinadas para usar armas e tem feito isso por 20 a 30 anos. É um modo de vida, e é por isso que estamos preocupados", disse Nieto. "Temos de fortalecer nossos mecanismos nessa fronteira".

Times acrescenta que o Peru lutou com sua própria banda dissidente de rebeldes, que se recusou a atender a ordem do Sendero Luminoso Maoísta para derrubar armas na década de 1990 e agora ajuda os narcotraficantes a controlar o Vraem.

Nieto recusou-se a estimar quantos combatentes dissidentes Shining Path operam no Vraem. O governo anterior diz que eram entre 200 e 500 em 2014.

"Cerca de 10 mil oficiais militares no Vraem estão tentando arrancar o controle da região contra rebeldes e narcotraficantes", disse Nieto.

Nieto disse que o Peru também está avaliando o restabelecimento das liberdades civis em oito dos 46 distritos do Vraem, onde o estado de emergência está vigente há anos. Mas os residentes que temem o fim do financiamento de emergência se opuseram à mudança, finaliza.

> > The New York Times