ASSINE
search button

'Libération': Rejeição a Temer aumenta popularidade de Lula

Jornal diz que líder do PT segue convicto para caravana de campanha presidencial

Compartilhar

Matéria publicada nesta terça-feira (15) pelo jornal francês Libération conta que impulsionado pela rejeição do presidente Temer, o ex-chefe de Estado, cada vez mais popular, começa nesta quinta-feira (17) uma caravana para a eleição presidencial de 2018. 

Libé lembra que apesar da animação e clamor público, ele ainda corre o risco de ser desqualificação, após sua condenação no julgamento sobre corrupção que aguarda em segunda instância.

"Lula lá!" O grito de guerra dos seus apoiantes soa novamente, afirma o texto. 

O ex-trabalhador, que presidiu o Brasil entre 2003 e 2011 coloca o pé no estribo. Na quinta-feira, a sua "caravana" vai pegar a estrada para atravessar o país, informa o diário. 

"Eu quero ver o estado atual do país, em comparação ao que era quando deixei o cargo", disse ele, referindo-se à recessão sem fim da economia brasileira por três anos. 

Luiz Inácio da Silva, 71, entre em modo campanha extra-oficialmente para a eleição presidencial de 2018, já como favorito, apesar de sua condenação em 12 de julho, a nove anos e meio de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, acrescenta.

Resiliência extraordinária

A questão é se ele vai ser mesmo candidato, avalia o vespertino. Se até 15 de Agosto de 2018, prazo para a apresentação de candidaturas, o Tribunal de Recurso confirmar a sentença da primeira instância, o líder da esquerda se tornaria inelegível e até pode ser preso. Os advogados dizem que ainda caberia um apelo. Mas o ex-sindicalista também é réu em outros cinco casos, relacionados ou não à operação Lava Jato, complementa.

O destino do histórico líder do Partido dos Trabalhadores (PT) está nas mãos da justiça, observa Libération. A justiça "politizada", disse ele, não teria nenhum outro propósito além de evitar seu retorno ao poder. 

Contra todas as probabilidades, sua convicção confirmou sua extraordinária capacidade de resistência política, destaca o periódico. De acordo com uma pesquisa recente, Lula iria desfrutar agora de 42% dos votos, 2 pontos a mais que ha um mês, se distanciando ainda mais de seus rivais. 

Além da memória dos bons anos de sua presidência, esta popularidade é um sinal de falta de sentimento "anti-política" que tomou conta dos brasileiros enfrentando a crise, analisa o universitário Pablo Ortellado em redes sociais. 

O caso de Lula parece ser inversamente proporcional ao do atual chefe de Estado, Michel Temer, o presidente mais impopular em trinta anos. Daí a sensação de que a manutenção de Temer do poder seria como um derramamento de sangue, principalmente por seu envolvimento na Lava Jato e reformas econômicas "neoliberais". aponta o noticiário.

"Para o PT, uma ofensiva teria sido como pegar o touro pelos chifres", escreve Helena Chagas, ex-chefe de Comunicação de Dilma Rousseff, evocando uma "aliança inominável" entre Lula e Temer em nome de sua sobrevivência política comum.

"Apesar de sua impopularidade, Temer, apoiada por dezenas de deputados, ainda não perdeu sua maioria parlamentar e desafia a operação Lava Jato. É tão fácil observar como ele se utiliza deles para aprovar leis que atenuam os efeitos dos acusados ??na investigação", escreve Chagas. 

> > Libération