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Alvo de investigações internacionais, Rei Arthur vive exílio de luxo em Miami

Comandante de operações de Cabral é acusado de comprar votos para eleger o Rio sede da Olimpíada

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O empresário Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, conhecido como "Rei Arthur", apontado como ex-comandante das operações do grupo do ex-governador Sérgio Cabral, vive em uma mansão de luxo, na região de Key Biscayne, em Miami, nos EUA. As informações são de reportagem de Malu Gaspar e Emily L. Mahoney, publicada na revista piauí e no Miami Herald

De acordo com a publicação, o condomínio de alto padrão tem praia privativa, quadras de tênis, cinema, restaurante e, além do estacionamento comum, uma garagem com manobrista destinada especialmente aos carrinhos de golf dos proprietários.

"Porsches e Mercedes entram e saem. Visitantes indesejados são afastados pela segurança. Situada no meio de um terreno de quase 1.000 metros quadrados com piscina, a casa de 500 metros quadrados tem dois andares com paredes envidraçadas que cobrem as cinco suítes", revela a reportagem.

O Rei Arthur é dono de um grupo de empresas de prestação de serviços para governos, que ganhou força durante os governos Cabral e Pezão. A reportagem reforça que o empresário passou a controlar todas as contratações, escolhendo na surdina quem entrava e saía do rol de fornecedores do Estado.

Evidências de que o caminho de Soares até o topo foi regado a propinas vêm sendo recolhidas por procuradores, que estão no aguardo da chegada das provas recolhidas na França para o Brasil, em uma investigação de corrupção na escolha do Rio para ser sede da Olimpíada.

A reportagem lembra que, em março, o jornal francês Le Monde publicou que Soares teria pagado US$ 1,5 milhão a Papa Massata, filho do presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo, Lamine Diack, por meio da conta de uma offshore, a Matlock Capital Group, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, para comprar seu voto.

O depósito teria ocorrido apenas três dias antes da votação que consagrou a vitória do Rio como sede dos Jogos, em 2 de outubro de 2009, em Copenhague. Mais US$ 500 mil teriam sido depositados em contas de Diack depois da escolha, como uma espécie de bonificação por resultados -- o Rio derrotou Madri por 66 votos a 32.

>> Os dez anos de uma suspeita influência do Rei Arthur sobre os governos Cabral