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"Pregar o fim da Lava Jato é defender liberdade para ladrões do dinheiro público"

Procuradores manifestam preocupação  com o "arrefecimento do investimento pela direção da PF"

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Procuradores da força tarefa da Lava Jato destacaram, nesta quinta-feira (27), quando o ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil Aldemir Bendine foi preso, que "pregar o fim da Lava Jato é defender a liberdade para os ladrões do dinheiro público prosseguirem." Bendine foi preso na 42ª fase da operação, acusado de ter recebido R$ 3 milhões em propinas da Odebrecht. 

Para o procurador da República Athayde Ribeiro Costa, “é incrível topar com evidências de que, após a Lava Jato já estar em estágio avançado, os criminosos tiveram a audácia de prosseguir despojando a Petrobras e a sociedade brasileira. Os crimes recentes são a prova viva de que a prisão é necessária para frear o ímpeto criminoso de um esquema que vem desviando bilhões há mais de década”.

>> PF prende Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e do BB

“Há quem fale que as investigações contra a corrupção têm que acabar, mas casos como esse deixam claro que os criminosos não vão parar. Pregar o fim da Lava Jato é defender a liberdade para os ladrões do dinheiro público prosseguirem. Se queremos um Brasil com menos corrupção, é preciso ir até onde eles foram e estão dispostos a ir”, disse a procuradora da República Jerusa Burmann Viecili.

“Preocupa a todos nós o arrefecimento do investimento na Lava Jato pela direção da Polícia Federal”, destacou o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa no MPF/PR. “Das últimas sete operações da Lava Jato, seis foram pedidas pelo Ministério Público. É preciso preservar o trabalho da Polícia Federal nas investigações. O Ministro da Justiça e o Delegado-Geral têm poder e a consequente responsabilidade sobre o tamanho do efetivo, que foi reduzido para menos de metade”, completou.