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'La Nación': Lula, Dilma e Temer. Por que pedir uma cabeça e defender outras?

Artigo debate duvidosa convicção democrática 

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Artigo publicado nesta quinta-feira (27) pelo La Nación analisa a democracia da América latina nos dias atuais.

Para o professor uruguaio Tomás Linn, que também é jornalista e analista político, os excessos do regime de Chávez nas mãos de Nicolás Maduro já convenceu alguns de seus aliados mais firmes (mas não todos) de que sua ditadura na Venezuela não é mais sustentável. Mas para justificar, separam as estações, afirmando que Maduro não é como o carismático, porém autocrata e sanguinário Hugo Chávez.

"Não é? Basta olhar para os arquivos para provar que um é igual ao outro e ambos são sim ditadores. Pouco antes de complicações herdadas pelo primeiro é que o segunda endureceu ainda mais com um regime que já estava nesse caminho e agregando apenas uma efêmera e democrática popularidade. Estes argumentos demonstram que falta muita convicção democrática para os latino-americanos".

Linn ironiza que "pior são aqueles fanfarrões que continuam defendendo o indefensável". 

O texto avalia que isso pode ser visto claramente no Uruguai. É paradoxal que um país que se orgulha de sua tradição democrática enraizada reaja com calor ao autoritarismo chavista galopante.

Algo semelhante acontece com relação ao Brasil, quando se questiona o atual presidente Michel Temer, mas defendem Lula da Silva e Dilma Rousseff. Os três trabalharam juntos nos últimos quatro mandatos de governo e, portanto, são todos cúmplices de todos os escândalos de corrupção relatados. Por que defender a cabeça de uns e pedir a de outros?

Seria consistente, dadas as evidência, questionar os três igualmente, na medida em que os três (iguais) têm a mesma responsabilidade por tudo o que aconteceu, aponta o autor.

Temer fez parte da coalizão de governo, mas não é do mesmo partido que Lula e Dilma. Portanto, é natural que alguns questionem se é necessária a cabeça e queda deste. Pouco importando se cometeu o mesmo crime que seus sucessores. Neste caso, a simpatia ideológica é superada para alguns e não para outros. A ideologia é o que os torna bom, não o seu comportamento, observa.

> > La Nación