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Lava Jato não tem partido nem alvo pré-definido, diz Janot nos EUA

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse quarta-feira (19), em Washington, que a investigação da Operação Lava Jato “não tem cor, a nossa investigação não tem partido, não tem alvo pré-definido”. A afirmação foi feita durante a palestra “Luta contra a corrupção na América Latina”, na Universidade George Mason, em Washington. 

O procurador também defendeu o uso do mecanismo da colaboração premiada, que, segundo ele, “auxiliou muito na investigação”. “Sem isso, nós não teríamos chegado onde chegamos”, afirmou. Janot comentou também a dificuldade de cooperação entre os órgãos públicos no início da investigação, o que, segundo ele, teria mudado, já que hoje os órgãos colaboram e trocam mais informações.

O procurador-geral afirmou que a América Latina foi conhecida por ser uma região que alternava entre ditadura e democracia, mas que “hoje, na região, a imprensa é livre, tem acesso, divulga, cobra, investiga”, e que isso “cria o caldeirão para que a reação possa ocorrer” e “para que você possa desenvolver essas investigações”.

No início da tarde, durante uma palestra no think tank [termo em inglês para definir instituições dedicadas a pesquisa avançada em temas estratégicos] Atlantic Council, Janot afirmou que o orçamento da Operação Lava Jato está “garantidíssimo”. A afirmação veio após Janot ser questionado sobre ofício enviado pela futura procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pedindo esclarecimentos sobre o orçamento do Ministério Público Federal para o ano que vem. “É prioridade da procuradoria na minha gestão. Se vai ser na dela, não sei, mas na minha está garantido o orçamento sim”, disse.

"Ministério Público não tem pressa", diz Janot sobre a segunda denúncia contra Temer

"O Ministério Público não tem pressa e nem retarda denúncia", afirmou nesta segunda-feira (17), nos Estados Unidos, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, comentando a apresentação da próxima denúncia contra o presidente Michel Temer. "Existem investigações em curso e, dessas investigações, uma está mais adiantada que outra. Se até o dia 15 de setembro, último dia útil do meu mandato, eu obtiver esse quadro definido, não posso deixar de fazer isso, sob pena de prevaricar, de praticar meu ato de ofício", afirmou o procurador-geral.

Janot prosseguiu: "Nós temos a necessidade de oferecer uma denúncia, eu tenho a necessidade de apurar. Convencido de que o fato é típico, convencido da materialidade do crime e definida a autoria, aí sim partiremos para a fase do processo penal."

O procurador-geral comentou ainda sobre sua expectativa sobre a decisão da Câmara com relação à primeira denúncia contra Temer, de corrupção passiva. Ele afirmou que vai aceitar a decisão com a "maior naturalidade possível". Cabe à Câmara autorizar o Supremo Tribunal Federal a dar prosseguimento ao processo ou não.

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"Cada um faz o seu trabalho. Eu não vou insistir nessa denúncia porque tecnicamente não tem como insistir. Não autorizou, ela vai ficar suspensa", disse, prosseguindo: "Se a Câmara autoriza, o processo penal segue o seu curso normal. Se a Câmara não autoriza, essa denúncia fica suspensa aguardando o fim do exercício da presidência da República para dar sequência."

Com Agência Brasil