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Lula fala pela primeira vez após condenação. Acompanhe ao vivo

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz um pronunciamento nesta quinta-feira (13), na sede nacional do PT, após ter sido condenado por 9 anos e seis meses de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. Mais cedo, houve um abraço simbólico ao ex-presidente. 

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O ex-presidente pode recorrer da sentença junto ao Tribunal Regional Federal (TRF). Ele somente será preso se a sentença for confirmada em segunda instância.

"Ninguém está abaixo da lei", rebate defesa de Lula

Os advogados de Lula afirmaram, na noite desta quarta-feira (12), que o processo contra o petista nos mais de três anos desde as primeiras acusações "foi um enorme desperdício do dinheiro dos contribuintes e envergonhou o Brasil internacionalmente".

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A defesa do ex-presidente disse, ainda, em nota divulgada à imprensa que a inocência de Lula será provada "em todas as cortes não tendenciosas, incluindo as Nações Unidas" e que o juiz Sergio Moro e a equipe do Ministério Público na Lava Jato "foram conduzidos pela política e não pela lei".

Em entrevista aos jornalistas, o advogado Cristiano Zanin Martins disse que Moro "desprezou as provas da inocência de Lula". Segundo ele, a sentença de 238 páginas dedicou apenas cinco dos 962 parágrafos para os documentos e provas apresentadas pelos advogados para argumentar contra as acusações.

Zanin criticou também a importância dada a Leo Pinheiro, da empreiteira OAS, que colaborou informalmente com "manifesta intenção de destravar seu acordo de delação premiada" com o Ministério Público Federal.

"A sentença é meramente especulativa, despreza as provas de inocência e dá valor ao depoimento prestado pelo senhor Leo Pinheiro na condição de delator informal, sem compromisso de dizer a verdade e com a manifesta intenção de destravar seu acordo de delação premiada", afirmou o advogado de Lula.

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“Depois de três anos de investigações, uma devassa na vida do ex-presidente, de seus familiares e colaboradores, a única coisa que a sentença identificou para dar sustentação a uma condenação pré-anunciada foi o depoimento do senhor Léo Pinheiro, nada mais”, acrescentou Zanin, durante a entrevista.

De acordo com o advogado, Moro perdeu sua imparcialidade "há muito tempo", o que é um dos fatores que caracterizam o processo como “ilegítimo”. “Hoje essa sentença materializa o lawfare [uso de instrumentos jurídicos para perseguição política], essa sentença materializa a perseguição política por parte deste magistrado contra o ex-presidente Lula, que submeteu Lula a inúmeras arbitrariedades e ilegalidades”, acrescentou Martins.

Segundo Zanin, haveria uma terceira conduta ilegal, o cerceamento da defesa. “Ao longo de todo o processo, nós pedimos a realização de diversas provas documentais, periciais e outras, que foram manifestamente desprezadas e expressamente negadas pelo juiz”.

Sobre a reação de Lula com a condenação, o advogado disse que teve uma conversa rápida com o ex-presidente. “[Ele] está bastante sereno, mas, como qualquer pessoa que é condenada sem provas, que é condenada a despeito de ter feito a prova da sua inocência, existe uma indignação natural que é a condenação diante desse quadro”.

Mais cedo, os advogados de Lula divulgaram nota criticando a decisão de condenar o ex-presidente a nove anos e seis meses de prisão. Segundo a defesa, "Moro deixou seu viés e sua motivação política claros desde o início até o fim deste processo. Seu julgamento envergonhou o Brasil ao ignorar evidências esmagadoras de inocência e sucumbir a um viés político, ao mesmo tempo em que dirige violações contínuas dos direitos humanos básicos e do processo legal".